sábado, 28 de fevereiro de 2015

"O Coração Revelador", Edgar Allan Poe

Bom dia!

Como ontem escrevi sobre o mestre do conto de terror, H. P. Lovecraft, hoje decidi escrever sobre outro mestre que o influenciou e marcou a vida de muitos outros grandes nomes da literatura: o inconfundível Edgar Allan Poe.


Poe é considerado o pai do gênero literário conto e foi ele quem desenvolveu e popularizou a literatura fantástica, policial e de ficção científica.
Edgar Allan Poe nasceu em 19 de janeiro de 1809, em Boston nos Estados Unidos, e morreu aos 40 anos, em 7 de outubro de 1849. Até hoje não se sabe a causa da morte de Poe, o que leva a diversas especulações fantásticas e sombrias.
Poe foi um dos primeiros escritores a fazer da literatura sua única atividade profissional, por isso levou uma vida modesta e passou por dificuldades financeiras. Na verdade, Poe ficou mais famoso na Europa do que em sua terra natal, os Estados Unidos. Sua grande popularidade nas terras do Velho Mundo se deu principalmente pelas traduções de sua obra para o francês feitas pelo escritor e poeta Charles Baudelaire. No Brasil, algumas de suas obras foram traduzidas por Machado de Assis.


O Coração Revelador, ou The Tell-Tale Heart no original, é um conto curtinho de Poe, publicado pela primeira vez em 1843. Nele, o narrador anônimo nega estar louco, pelo contrário, ele diz que seus sentidos estão mais apurados. Ele, então, conta ao leitor a sua necessidade de matar o velho com quem mora, pois um de seus olhos, um olho pálido, azul, que acompanha os seus movimentos, o atormenta. Ele visita o quarto do velho todos os dias à meia-noite, porém por sete dias ele recuou, pois o olho atormentador estava fechado. No oitavo dia, contudo, o olho pálido estava aberto, dando-o coragem pra cometer o assassinato. Durante todo o processo, o narrador escuta um barulho incessante, que vai ficando mais alto, mais alto, até parar por completo: o coração do velho.
Não vou contar para vocês o final do conto, pois vale a pena a leitura! Para os que gostam de ler em inglês, eu aconselharia a leitura do texto no original.  A linguagem não é muito complicada, o que não traz muitas dificuldades. Vale a pena o desafio!


Aproveitem este sábado para adentrar o universo macabro e sombrio de Edgar Allan Poe. Boas leituras!

Fernanda 

sexta-feira, 27 de fevereiro de 2015

"O Horror em Red Hook", H. P. Lovecraft

Boa tarde, pessoal!

Peço desculpas pelo atraso na publicação deste post, tive problemas com a conexão da Internet (problemas da vida moderna!), mas vou tentar escrever do meu celular, vamos ver se vai dar certo!
Hoje, então, resolvi escrever sobre um dos grandes mestres do conto de horror: H. P. Lovecraft.
Lovecraft nasceu em Providence, nos Estados Unidos, em 20 de agosto de 1890, e morreu em 1937, aos 46 anos, vítima de um câncer no estômago.


Lovecraft inovou a literatura fantástica sobrenatural, adicionando elementos da ficção científica. Sua principal característica é que a vida e o mundo são incompreensíveis ao ser humano, que se depara com este universo sombrio e caótico.
Dentre seus inúmeros contos, resolvi escrever hoje sobre "O horror em Red Hook", escrito em 1925 e publicado pela primeira vez na edição de janeiro de 1927 da revista Weird Tales.


Esta não é uma das melhores histórias de Lovecraft e muitos a consideram um tanto quanto racista. A trama se desenvolve ao redor do personagem Thomas F. Malone, um detetive da polícia de Nova York que sofre de uma fobia de prédios. É então que descobrimos o porquê deste medo irracional, tudo remonta ao caso de Red Hook, no qual o policial participou. Esta é uma área  decadente do Brooklyn, cheia de imigrantes asiáticos ilegais e onde mora uma estranha figura, Robert Suydam, um velho recluso, dono de uma das mansões remanescentes de uma época mais próspera, que, aos poucos, aparece mais jovem e saudável. Ao mesmo tempo, crianças são seqüestradas nesta área e Suydam é visto na companhia de criminosos. É aí que entra o trabalho da polícia, incluindo Malone, em investigar o caso. Muitas coisas estranhas acontecem, barulhos esquisitos são ouvidos, rituais ocultos, Malone está convencido de que tudo está relacionado à magia negra e cultos que influenciam nossa terra desde o primórdio dos primórdios. 
Perto de desvendar este mistério, intrinsecamente ligado à estranha figura de Robert Suydam, Malone acaba presenciando algo que muda a sua vida para sempre e o deixa com medo de sua própria sombra.


Curioso para saber o fim deste conto macabro? Não deixe de ler esta e outras histórias do mestre Lovecraft.

Boa noite de sexta-feira a todos (espero que sem pesadelos) e até amanhã!

Fernanda

quinta-feira, 26 de fevereiro de 2015

"O Alienista", Machado de Assis

Bom dia a todos!

Nesta quinta-feira ensolarada, decidi escrever mais uma vez sobre o grande mestre da Literatura Brasileira, Machado de Assis. Aqui no blog já tive a oportunidade de escrever sobre o romance Esaú e Jacó (1904), o penúltimo livro escrito por Machado. Hoje, contudo, escreverei sobre um texto escrito 22 anos antes, em 1882, uma novela incorporada ao livro de contos Papéis Avulsos. Como escrevi dois dias atrás, uma novela é um texto mais extenso do que um conto, porém menor do que um romance. É possível lê-lo em um final de semana, e vale muito a pena! É um dos textos mais celebrados do escritor brasileiro, trata-se de O Alienista.


Em O Alienista, o aclamado Dr. Simão Bacamarte se instala na cidade de Itaguaí, onde funda a Casa Verde, local onde estuda a loucura e interna os habitantes da cidade que considera loucos. No entanto, aos poucos Simão Bacamarte desenvolve a sua noção de loucura e passa a internar praticamente todos os moradores de Itaguaí. É aí que o doutor percebe que a sua teoria está errada e decide refazê-la: se todas estas pessoas são sãs, então o louco é ele!

Nesta novela, Machado de Assis trabalha com a linha tênue entre o que é considerado normal e o que não é. É um texto que faz parte do Movimento Realista da literatura, com o qual compartilha diversas características, como a análise psicológica dos personagens e a crítica social.

Joaquim Maria Machado de Assis (1839-1908) é hoje considerado o maior nome da nossa literatura nacional por suas inovações temáticas e estilísticas. Seu trabalho também atraiu a atenção de inúmeros estudiosos, pesquisadores e críticos literários no mundo inteiro. O professor e crítico literário norte-americano Harold Bloom o considerou um dos 100 maiores gênios da literatura universal e "o maior literato negro surgido até o presente".

Machado de Assis aos 25 anos
 
Deixe-se encantar com a obra de Machado e boa quinta-feira!

Fernanda

quarta-feira, 25 de fevereiro de 2015

"Hamlet", William Shakespeare

Bom dia!

Hoje resolvi escrever mais uma vez sobre o grande mestre da Literatura Inglesa, William Shakespeare! Em outro post aqui no blog, já comentei sobre a sua comédia fantástica Sonho de Uma Noite de Verão. Contudo, hoje o texto escolhido é uma das tragédias de Shakespeare, que apresenta um dos trechos mais conhecidos da literatura mundial: "Ser ou não ser? Eis a questão!".

Trata-se de Hamlet, uma peça escrita por William Shakespeare entre 1599 e 1601. Até hoje, este texto permanece como um dos mais influentes na história da Literatura Inglesa. É leitura obrigatória, e muito prazerosa!

Quem ainda não está acostumado com a linguagem de Shakespeare, um tanto arcaica já que o texto foi escrito há mais de quatro séculos, pode ter alguma dificuldade no início. Mas não desista! Assim que esta barreira é ultrapassada, você poderá usufruir dos prazeres shakespearianos!

Hamlet conta a história do protagonista que dá nome à peça, príncipe da Dinamarca, que volta ao reino depois da repentina morte de seu pai. Em consequência disto, seu tio, Claudio, é coroado Rei e casa-se com sua mãe, a Rainha Gertrudes. Já na primeira cena da peça, Hamlet recebe a visita do fantasma do seu pai, que o alerta que havia sido traído e assassinado. Hamlet, então, descobre que o seu tio Claudio envenenara o seu pai para tomar o trono para si. Ele se decide a montar um plano para desmascarar o seu tio.

"To be or not to be?"

Hamlet é uma peça atemporal, daí a sua popularidade durante tantos séculos, pois trata de temas que estão sempre em voga: traição, vingança, moralidade e corrupção. Não importa em que ano estamos, 1601 ou 2015, todos podemos nos identificar com a trama da tragédia shakespeariana.

Esta peça atrai também a atenção de muitos estudiosos da área de Teatro e Literatura. É sabido que mais de 80.000 livros já tenham sido escritos a respeito de Hamlet. É muita coisa, não é?

William Shakespeare (1564-1616) foi bastante popular em sua época, porém seu devido reconhecimento só foi alcançado a partir do século XIX, quando os românticos o consagraram um gênio!


Ler ou não ler Shakespeare? Eis a questão! Eu digo: sim!

Boa quarta-feira e um grande abraço,

Fernanda

terça-feira, 24 de fevereiro de 2015

"Bola de Sebo", Guy de Maupassant

Bom dia!

Como ontem escrevi sobre José de Alencar e a sua crítica social em Senhora, hoje resolvi escrever sobre outro escritor que também é perspicaz nas suas críticas à sociedade, Guy de Maupassant. Eu já escrevi aqui no blog sobre o conto Aparição do autor francês, porém o conto que escolhi para hoje não tem nada de fantástico ou sobrenatural.
Bola de Sebo foi publicado em 1880, é um conto um pouco mais longo, cerca de 40 páginas, dependendo da edição. É, portanto, considerado uma novela por alguns. Uma novela é um gênero literário escrito em prosa mais extenso do que um conto, porém mais curto, e normalmente com menos personagens, do que um romance.

Este conto/novela de Maupassant tem como plano de fundo a Guerra Franco-Prussiana, que ocorreu entre 1870 e 1871. Este foi um conflito entre o Império Francês e o Reino da Prússia, que culminou na unificação da Alemanha sob o comando de Guilherme I e na queda de Napoleão III.

Retirada da bandeira francesa para a colocação da bandeira alemã

A trama de Maupassant conta a trajetória de dez passageiros que, após a ocupação prussiana na França, decidem fugir de Rouen. São eles três casais burgueses, duas freiras, um republicano radical e uma jovem prostituta, chamada de Bola de Sebo por ser pequena e bastante robusta. No primeiro dia de viagem, depois de horas na estrada e sem mantimentos à vista, pois a Guerra havia afastado os comerciantes da região, todos os passageiros estão cansados e mortos de fome. Bola de Sebo, então, retira uma cesta cheia de pães e carnes e fica feliz em dividi-la com os outros passageiros, que a princípio relutaram, por serem de uma classe social mais alta do que ela, mas no fim cederam à fome imensa.
Finalmente, o grupo de passageiros chega a uma estalagem onde passam a noite. No dia seguinte, no entanto, o comandante prussiano proíbe a continuação da viagem do grupo francês. Ele afirma que só deixará o grupo seguir viagem se Bola de Sebo dormir com ele. Bola de Sebo fica ultrajada com a proposta e a rejeita diversas vezes. Com o passar do tempo, os outros passageiros ficam com raiva por terem sido detidos ali pelo fato de uma prostituta não fazer o trabalho que lhe é requisitado. Bola de Sebo acaba cedendo pelo bem dos outros e no dia seguinte o grupo continua a viagem.
Preparados, desta vez, com muita comida para o trajeto, os passageiros entraram na carruagem. Bola de Sebo, no entanto, não teve tempo para trazer mantimentos. Durante a viagem, todos se regalaram com a fartura de comida, mas ninguém teve a audácia de partilhá-la com uma mulher suja como aquela prostituta.

Guy de Maupassant
Maupassant é sagaz na crítica à hipocrisia e preconceito da sociedade da época: são pessoas que, em caso de necessidade, não hesitam em aceitar a ajuda de membros da classe inferior, porém, quando o oposto acontece, não abrem mão de seu orgulho hipócrita para ajudar ao outro.

Gustave Flaubert, autor de Madame Bovary (1865), primo seu por parte de mãe, considerou Bola de Sebo "uma obra-prima", e eu concordo. É um título que não pode faltar em sua lista de leituras obrigatórias! Além de ser extremamente divertido e irônico.
Guy de Maupassant (1850-1893) participou da Guerra Franco-Prussiana como voluntário.


Boa terça-feira a todos!

Um abraço,

Fernanda
 

segunda-feira, 23 de fevereiro de 2015

"Senhora", José de Alencar

Bom dia e boa segunda-feira a todos!

Hoje resolvi escrever novamente sobre o grande mestre da Literatura Brasileira José de Alencar. Aqui no blog já escrevi sobre sua curta biografia Como e Por Que Sou Romancista (1837), porém hoje o livro é outro. Creio que a maioria de vocês já deve ter ouvido falar de, ou até mesmo lido, Senhora, um dos maiores clássicos da nossa literatura nacional, publicado pela primeira vez em 1875 em formato de folhetim.
Eu li este livro pela primeira vez quando estava no colégio e o reli na faculdade. E devo admitir, é um de meus romances preferidos! Quem se esqueceria da protagonista Aurélia Camargo?


O romance de Alencar conta a história de Aurélia, uma bela moça que se apaixona por Fernando Seixas. O ambicioso Seixas, no entanto, deixa de se casar com ela para se unir a uma moça mais rica. Mais tarde, Aurélia recebe uma herança de um avô e se torna a jovem mais cobiçada da sociedade de elite carioca de meados do século XIX. Ainda ressentida pelo seu rompimento com Seixas, Aurélia bola um plano para se reunir a ele. Vale a pena ler!
José de Alencar
Neste romance, o cearense José de Alencar (1829-1877) critica o casamento por conveniência e a felicidade conjugal de aparência.

Este livro de Alencar foi adaptado para o cinema em 1976 em um longa dirigido por Geraldo Vietri. Elaine Cristina interpreta Aurélia Camargo e o papel de Fernando Seixas ficou com Paulo Figueiredo. Eu ainda não tive a oportunidade de assistir a esta adaptação, mas ela está em minha lista de filmes para 2015!

Além deste filme, Senhora já serviu de inspiração para diversas tramas de telenovelas e outros romances.

Cartaz do filme de 1976


Aurélia Camargo é uma das grandes divas da Literatura Brasileira. Não deixe de conhecer a sua história!

Um beijo e uma ótima segunda-feira!

Fernanda

domingo, 22 de fevereiro de 2015

"1984", George Orwell

Bom dia a todos!

Hoje terminou nosso horário brasileiro de verão, o que significa que teremos uma hora a mais neste domingo. Que tal aproveitar este tempinho extra para colocar a leitura em dia?
A minha sugestão de hoje é o romance distópico 1984, do inglês George Orwell. O romance distópico é aquele que apresenta uma ficção baseada em uma "utopia negativa", ou seja, é o oposto do que seria utópico, perfeito e desejável.

Orwell terminou de escrever este romance em 1948 e imagina como Big Brother no original). Todos são monitorados através de câmeras, a liberdade de pensamento não é permitida e tudo é baseado nas três diretrizes do Partido IngSoc: Guerra é Paz, Liberdade é Escravidão e Ignorância é Força.
seria a sociedade no futuro, no ano de 1984 (os dois últimos números são invertidos). A sociedade apresentada por Orwell é comandada por um regime totalitário e repressivo. Há um grande ditador que controla tudo e todos, o Grande Irmão (ou
O livro narra a trajetória de Winston Smith, um funcionário do Ministério da Verdade, que trabalha adulterando notícias de jornal e documentos públicos de maneira que o governo esteja sempre certo.



George Orwell nasceu em 25 de junho de 1903 e morreu aos 46 anos, em 21 de janeiro de 1950. George Orwell era seu pseudônimo como escritor, seu nome verdadeiro era Eric Arthur Blair. Orwell ficou conhecido por obras como A Revolução dos Bichos (1945) e 1984 (1949), que criticam governos totalitários e prezam pela clareza da escrita. Para Orwell, o bom escritor corta todas as palavras supérfluas e mantém apenas o necessário e significativo. Em um de seus ensaios, ele apresenta as 6 regras para escrever bem:
1. Não use uma palavra longa se uma curta resolve.
2. Se der para tirar alguma palavra, tira.
3. Não use a voz passiva quando der pra usar a ativa.
4. Nunca use figuras de linguagem que você esteja acostumado a ler por aí. Elas viraram lugar-comum. Perderam a graça.
5. Não use um jargão quando você puder imaginar uma palavra do dia-a-dia. E finalmente:
6. Quebre qualquer uma dessas regras antes de escrever algo que soe tosco.

E Orwell seguiu à risca suas próprias regras, criando literatura de altíssima qualidade.

George Orwell
Em 2008, o jornal inglês The Times colocou George Orwell em segundo lugar em uma lista dos 50 maiores escritores britânicos desde 1945. É, portanto, leitura obrigatória para todo amante da literatura!
George Orwell imaginou esta sociedade que sofre com um regime totalitário e repressivo para um futuro em 1984. Hoje estamos em 2015. Alguma semelhança com a realidade?

Bom domingo e ótimas leituras!

Fernanda

sábado, 21 de fevereiro de 2015

"Rei Arthur e os Cavaleiros da Távola Redonda", Howard Pyle

Bom dia a todos!

Hoje é um dia muito especial, porque o blog comemora 1 ano de existência e já temos mais de 700 curtidas na página do Facebook. Estou muito feliz, porque estou adorando esta aventura! A cada dia procuro novos textos e espero estar contribuindo para que vocês tenham mais prazer em ler!
Portanto, hoje resolvi escrever sobre um livro muito especial, uma das versões do mito Arturiano que me fascina! Há várias histórias escritas a partir da figura lendária do Rei Arthur e hoje vou escrever sobre Rei Arthur e os Cavaleiros da Távola Redonda, de Howard Pyle.


Pyle ficou mais conhecido pelo seu incrível trabalho como ilustrador (a propósito, esta edição da Zahar traz ilustrações maravilhosas feitas pelo próprio autor), porém ele, apaixonado pelas histórias do Rei Arthur, decidiu escrevê-la. Eis o que o autor escreve no prefácio do livro:

Ilustração de Howard Pyle
"Assim, no ano da graça de mil novecentos e dois, comecei a escrever esta história do Rei Arthur e os Cavaleiros da Távola Redonda e, se puder, empenhar-me-ei com todo o amor em terminá-la algum outro momento em outro livro e para o prazer daqueles que se interessarem em lê-la."

Howard Pyle dividiu seu livro em duas partes: a primeira, O Livro do Rei Arthur, conta a trajetória do Rei, como ele veio a encontrar a espada Excalibur e como encontrou sua Rainha; e a segunda, O Livro de Três Homens Notáveis, conta as aventuras de três homens importantíssimos da Corte do Rei Arthur: o mago Merlin e como foi traído pela feiticeira Vivien, e a trajetória de dois cavaleiros que vieram a fazer parte da Távola Redonda: Sir Pellias e Sir Gawaine.
Ilustração de Howard Pyle

Esta edição da Zahar de 2013 é muito interessante, pois inclui uma apresentação escrita por Lênia Márcia Mongelli, professora da USP e especialista em estudos medievais. Mongelli escreve sobre diversos aspectos do mito Arturiano que auxiliam novatos na área, como eu, a compreender melhor esta figura lendária que atrai muitos leitores até os dias de hoje.

Howard Pyle nasceu em 5 de março de 1853 em Dellaware, Estados Unidos, e morreu em 9 de novembro de 1911, aos 58 anos. Pyle é considerado o maior ilustrador norte-americano de todos os tempos.

Howard Pyle

Boas leituras e seja bem-vindo ao Universo Arturiano!

Fernanda

sexta-feira, 20 de fevereiro de 2015

"Carta a uma senhorita em Paris", Julio Cortázar

Bom dia, pessoal!

Hoje, nesta sexta-feira, resolvi instigar a capacidade leitora de vocês com um conto nada tradicional do escritor argentino Julio Cortázar.
Julio Cortázar
Cortázar nasceu na embaixada da Argentina em Bruxelas em 26 de agosto de 1914. Ele foi uma criança bastante doente e passou muito tempo de sua infância na cama, lendo livros, o que provavelmente o levou a se formar Professor em Letras em 1935. Em 1951, aos 37 anos, Cortázar se mudou para a França por não concordar com a ditadura na Argentina. Ele morou em Paris até o dia de sua morte, em 12 de fevereiro de 1984.

Julio Cortázar é considerado um dos maiores escritores argentinos e um dos mais inovadores do seu tempo. Sua especialidade literária é o conto, sendo comparado a outros mestres como Jorge Luis Borges e Edgar Allan Poe. Cortázar rompe com as características tradicionais do conto com narrações não-lineares e personagens desenvolvidos psicologicamente. Ele é um dos escritores que desenvolveram o movimento chamado Realismo Mágico, uma resposta latino-americana à Literatura Fantástica na Europa.

Carta a uma senhorita em Paris, publicado em seu primeiro livro de contos Bestiário (1951), é mesmo um conto fantástico, e põe fantástico nisso! Como o título sugere, o conto é escrito em formato de carta, endereçado a uma senhorita que está passando uma temporada em Paris e deixou seu apartamento na Rua Suipacha em Buenos Aires aos cuidados do narrador, que não se sabe se trata-se de um homem ou uma mulher. O narrador tem a responsabilidade, então, de zelar pelo apartamento da senhorita. No entanto, algo estranho lhe acomete: ele vomita coelhinhos brancos! O narrador, contudo, não vê este fato como algo absurdo ou estranho. Pelo contrário, ele o vê como algo extremamente possível de acontecer. Tal situação, no entanto, não deixa de ser um fardo para ele e para sua tarefa de zelador do apartamento.

Ler Cortázar é mesmo uma viagem interessantíssima! Durante a leitura, nos perguntamos se estamos mesmo entendendo o texto, se é aquilo mesmo que está escrito, se o narrador vomita mesmo coelhos!
A relação entre a realidade e o absurdo está presente no conto inteiro, é o realismo mágico de Cortázar!


Desafie-se como leitor e não deixe de ler este conto de Julio Cortázar!

Boa sexta-feira a todos!

Fernanda

quinta-feira, 19 de fevereiro de 2015

"O Jovem Goodman Brown", Nathaniel Hawthorne

Bom dia!

Carnaval acabou, estamos de volta à nossa rotina, mas isso não quer dizer que não podemos deixá-la mais prazerosa com uma boa leitura, não é mesmo?
Portanto, hoje escolhi um conto de Nathaniel Hawthorne, considerado por muitos uma de suas melhores peças literárias. O escritor Edgar Allan Poe, seu contemporâneo, a descreveu como "o produto de um intelecto realmente imaginativo". Trata-se do conto O Jovem Goodman Brown, publicado em 1835, mas que tem como plano de fundo a Nova Inglaterra do século XVII, assim como vários outros dos trabalhos de Hawthorne.
Nathaniel Hawthorne

 O período retratado é a famosa, e trágica, época de julgamentos às bruxas em Salem, que durou de 1692 a 1693, levando mais de cento e cinquenta pessoas acusadas de bruxaria à prisão, e vinte à forca, sendo a maioria mulheres. Hawthorne viveu quase dois séculos depois, porém manteve uma relação com o período da caça às bruxas, pois seu bisavô foi um dos juízes do Tribunal das Bruxas de Salem. Muito abatido pelo mal que sua família causou a dezenas de pessoas inocentes, Hawthorne decidiu mudar o seu sobrenome para evitar ligações com seu bisavô, acrescentando um W: de Hathorne, seu sobrenome original, passou a chamar-se Hawthorne.

Tribunal das Bruxas em Salem

 O Jovem Goodman Brown conta-nos a história de um rapaz cristão, Goodman, que é levado à floresta para um compromisso, a princípio, misterioso. Goodman é um nome bastante significativo, já que good em inglês significa bom, e man significa homem. E Goodman é, de fato, um bom homem, que está sendo tentado pelas forças do mal. O jovem Goodman deixa em casa sua recém-esposa Faith, que também possui um nome muito significativo: faith em inglês é . Goodman deixa sua Fé e segue para a floresta. No caminho, ele encontra diversas outras pessoas da cidade de Salem, que são consideradas extremamente cristãs, como uma velha senhora que o catequizara, o ministro da cidade e sua própria esposa. Sabemos, então, que Goodman está se dirigindo, relutantemente, a uma cerimônia pagã de conversão e ele se surpreende ao ver que as pessoas que ele conhece, que ele julgara tão corretas e cristãs, são completas fraudes.

Este conto de Hawthorne é, claramente, uma alegoria e uma crítica à sociedade puritana da Nova Inglaterra do século XVII, que se mostrava tão pura por fora, mas tinha seu interior corroído.
Hawthorne trabalha com esta temática em outros trabalhos seus, como no romance A Letra Escarlate (1850), considerado por muitos o maior romance da literatura norte-americana.

Nathaniel Hawthorne nasceu em Salem em 4 de julho de 1804, e morreu em 19 de maio de 1864, aos 59 anos. Dentre seus livros publicados, destacam-se também A Casa das Sete Torres (1851), O Romance de Blithedale (1852) e O Fauno de Mármore (1860).

Nathaniel Hawthorne foi um dos maiores escritores norte-americanos de todos os tempos e é nome obrigatório em suas prateleiras. Que tal começar por O Jovem Goodman Brown?




Boas leituras e ótima quinta-feira!

Fernanda

quarta-feira, 18 de fevereiro de 2015

"O Velho e o Mar", Ernest Hemingway

Bom dia!

Nesta quarta-feira de cinzas nublada, resolvi escrever sobre um livro curtinho que é uma grande obra da literatura mundial: O Velho e o Mar, de Ernest Hemingway.

Ernest Hemingway

Agnes Von Kurowsky

Hemingway é um dos mais aclamados escritores norte-americanos, ele nasceu em 21 de julho de 1899 e se suicidou em 2 de julho de 1961 aos 61 anos. Quando a Primeira Guerra Mundial eclodiu, Hemingway tentou se alistar ao exército, porém sua entrada foi negada devido a um problema de visão. Decidido a participar da Guerra, Hemingway conseguiu um trabalho como motorista de ambulância da Cruz Vermelha, onde conheceu a enfermeira Agnes Von Kurowsky, por quem se apaixonou. Ernest a pediu em casamento, mas ela teve que voltar ao seu país e, mais tarde, casou-se com um oficial italiano.


No entanto, Hemingway teve mais oportunidades para se casar, quatro, para ser mais específica. Seu primeiro casamento foi em 1921 com Elizabeth Hadley Richardson, união que deu fruto a um filho. Contudo, ele não durou muito. Em 1927 Hemingway casou-se novamente, desta vez com Pauline Pfeiffer, uma jornalista de moda, com quem teve dois filhos. Sua terceira esposa foi Martha Gellhorn, uma escritora e correspondente de guerra, com quem permaneceu casado de 1940 a 1945. Finalmente, em 1946, Hemingway se casa pela última vez, com a jornalista Mary Welsh, com quem ficou até a sua morte.

Esposa 1

Esposa 2

Esposa 3

Esposa 4


A vida amorosa de Hemingway já inspirou diversos filmes. Eu ainda não tive a oportunidade de assistir nenhum, mas estão, com certeza, em minha lista!
O Velho e o Mar foi o livro de Hemingway escrito durante sua estadia em Cuba em 1951 e publicado em 1952, pelo qual recebeu o Prêmio Pulitzer em 1953. A história narra a trajetória de um velho pescador chamado Santiago, que já estava há 84 dias sem pegar peixe algum. Ele decide, então, adentrar mais o mar, e acaba fisgando um enorme marlin de 700 kg. A maior parte da trama é, então, a luta entre o velho pescador e o grande peixe, que dura dias.


Hemingway ganhou o Prêmio Nobel da Literatura em 1954 e, dentre suas obras, as mais conhecidas são O Sol Também se Levanta (1926), Adeus às Armas (1929) e Por Quem os Sinos Dobram (1940).
Por enquanto, só li O Velho e o Mar de Hemingway. A experiência foi tão positiva que não vejo a hora de ler mais livros do autor!

Boas leituras e um forte abraço!

Fernanda

terça-feira, 17 de fevereiro de 2015

"Sonho de uma terça-feira gorda", Manuel Bandeira

Bom dia, pessoal!

Hoje é terça-feira de Carnaval, portanto resolvi escrever sobre um poema que nos leva à famosa festa brasileira, Sonho de uma terça-feira gorda, de Manuel Bandeira.


Manuel Bandeira

Manuel Bandeira, escritor pernambucano que nasceu em 19 de abril de 1886 e morreu em 13 de outubro de 1968, foi um dos maiores poetas da nossa literatura. Em 1940, foi eleito membro da Academia Brasileira de Letras. Com seu poema Os Sapos, abriu a Semana de Arte Moderna em 1922, dando início ao movimento modernista no Brasil. Dentre as principais características do seu trabalho com as palavras, também característica dos textos modernistas, está o uso do verso livre, ou seja, versos sem restrição métrica, comuns à poesia clássica.

Sonho de uma terça-feira gorda é um poema que faz parte do seu livro Carnaval, publicado em 1919. Terça-feira gorda é o nome dado à terça-feira de Carnaval, que precede a quarta-feira de cinzas, que, por sua vez, marca o início da Quaresma. Como durante a Quaresma, a Igreja prescreve um período de jejum, a terça-feira gorda é o último dia em que as pessoas podem comer o que quiserem, antes do início do período de abstinência da Quaresma.
Neste poema de Bandeira, acompanhamos o sonho do eu-lírico (narrador do poema). Ele conta que sonhava que estava, provavelmente, com uma mulher, vestidos de preto em uma terça-feira de Carnaval. Eles vêem as multidões fantasiadas passando, a algazarra, as prostitutas seminuas e bêbadas, enquanto eles caminham de mãos dadas, cheios de alegria. Eu gosto muito deste poema de Bandeira, leiam-no abaixo e tirem suas próprias conclusões:

Sonho de uma terça-feira gorda

Eu estava contigo. Os nossos dominós eram negros,
[ e negras eram as nossas máscaras.
Íamos, por entre a turba, com solenidade,
Bem conscientes do nosso ar lúgubre
Tão constratado pelo sentimento felicidade
Que nos penetrava. Um lento, suave júbilo
Que nos penetrava... Que nos penetrava como
[uma espada de fogo...
Como a espada de fogo que apunhalava as santas
[extáticas.

E a impressão em meu sonho era que estávamos
Assim de negro, assim por fora inteiramente negro,
— Dentro de nós, ao contrário, era tudo claro
[ e luminoso!

Era terça-feira gorda. A multidão inumerável
Burburinhava. Entre clangores de fanfarra
Passavam préstitos apoteóticos.
Eram alegorias ingênuas, ao gosto popular,em cores cruas.

Iam em cima, empoleiradas, mulheres de má vida,
De peitos enormes — Vênus para caixeiros.
Figuravam deusas — deusa disto, deusa daquilo, já tontas e seminuas.

A turba, ávida de promiscuidade,
Acotevelava-se com algazarra,
Aclamava-as com alarido.
E, aqui e ali, virgens atiravam-lhes flores.

Nós caminhávamos de mãos dadas, com solenidade,
O ar lúgubre, negro, negros...
mas dentro em nós era tudo claro e luminoso!
Nem a alegria estava ali, fora de nós.
A alegria estava em nós.
Era dentro de nós que estava a alegria,
— A profunda, a silenciosa alegria...

Manuel Bandeira


Percebam o rompimento com as tradições líricas da poesia clássica: os versos são livres, não há preocupação em seguir a métrica tradicional. Esta era uma enorme inovação para a época!
Bandeira também publicou outros poemas com a temática do Carnaval, aproveite o dia de hoje para conhecer melhor a obra deste célebre poeta brasileiro.

Boa terça-feira gorda!

Fernanda

segunda-feira, 16 de fevereiro de 2015

"A Dama do Lago", Raymond Chandler

Bom dia, pessoal!

O detetive Philip Marlowe
Que tal aproveitar esta segunda-feira de folga de Carnaval para ler um bom romance policial noir e desvendar um desaparecimento? E nada melhor do que fazê-lo junto a um dos mais famosos detetives deste gênero literário: Philip Marlowe.


Nesta história, A Dama do Lago, é o próprio Marlowe quem conta a história em primeira pessoa, e acompanhamos o personagem enquanto ele é contratado pelo milionário empresário Sr. Kingsley para investigar o desaparecimento da sua esposa, Crystal Kingsley. O último local em que ela foi vista foi em sua casa de lago em Little Fawn Lake. Marlowe parte então para o Lago para questionar o caseiro Bill Chess, e descobre que sua esposa, Muriel Chess, também desapareceu por volta do mesmo período que Crystal Kingsley. Será que há alguma relação entre estes dois desaparecimentos?


 Este livro tem como pano de fundo o período da Segunda Guerra Mundial, a partir do momento em que os Estados Unidos decidem entrar na guerra. Há referências a eventos históricos no romance de Chandler, como o ataque à Pearl Harbor, porém sem consequências diretas ao desenrolar da trama.
A Dama do Lago foi publicado pela primeira vez em 1943 e é o quarto romance policial de Raymond Chandler. Ele publicou ao todo oito romances e inúmeros contos, a maioria deles do gênero policial.


Raymond Chandler
Chandler nasceu em 23 de julho de 1888 em Chicago, nos Estados Unidos, e morreu de pneumonia em 26 de março de 1959. Quando sua mulher, Cissy, morreu em 1954, Chandler ficou arrasado e entrou em depressão, até tentou suicídio em 1955.
Entre seus trabalhos mais conhecidos, destacam-se Adeus, minha adorada (1940), O Longo Adeus (1954) e Playback (1958).




Boas investigações!

Fernanda

domingo, 15 de fevereiro de 2015

"Matilda" Roald Dahl

Bom dia!

Hoje resolvi escrever sobre um dos clássicos da minha infância, mas que, com certeza, vai conquistar qualquer adulto! É Matilda de Roald Dahl, publicado pela primeira vez em 1988. Roald Dahl (1916-1990) é um dos escritores mais vendidos do mundo, sua notoriedade se dá principalmente pelos livros infanto-juvenis que escreveu, como James e o Pêssego Gigante (1961), A Fantástica Fábrica de Chocolate (1964) e As Bruxas (1983). No entanto, Dahl não escreveu só histórias pra crianças. Entre suas publicações, há contos fantásticos e de fantasmas que são de arrepiar, sobre os quais escreverei aqui no blog.
o escritor inglês Roald Dahl
Matilda conta a história da protagonista que dá nome ao livro, uma garota muito precoce e inteligente, que é negligenciada pelos seus pais e irmão, que só pensam em assistir televisão. Matilda descobre a leitura e, rapidamente, lê todos os livros da biblioteca da seção infantil, impressionando sua professora, Srta. Jennifer, que quer transferi-la para uma classe mais avançada. No entanto, a cruel diretora Sra. Trunchbull não permite. É aí que Matilda descobre ter o poder de mover objetos com sua mente, se envolvendo em várias aventuras.

Matilda, na minha opinião, é um clássico da literatura infanto-juvenil. A história foi adaptada para o cinema em 1996, dirigido por Danny DeVito, com a atriz Mara Wilson no papel de Matilda. Quem nunca assistiu a este filme na Sessão da Tarde enquanto criança? Eu não perdia por nada!

Filme de 1996
Que tal aproveitar a tarde de domingo e relembrar a infância lendo este clássico de Dahl?

Ótima leitura!

Fernanda