Hoje venho compartilhar a minha mais recente leitura, que fez parte da minha TBR para a Maratona Literária de Inverno 2020, ou BooktuBatona 2020, organizada pelo canal Geek Freak. Eu gosto muito de participar de maratonas literárias, porque compartilhar as suas leituras com outras pessoas e escolher livros para participar de desafios literários são ótimas maneiras para se sentir mais motivado a ler!
Um dos desafios que escolhi foi o proposto pelo canal Palavras Radioativas: ler um livro encalhado na sua estante. Eu tenho váááários livros que já estão na minha estante há anos, apenas esperando para serem lidos! De forma um tanto quanto aleatória, eu escolhi ler A Maleta da Sra. Sinclair, de Louise Walters. E que bela surpresa! Gostei muito, muito mesmo, da leitura.
Esse livro há havia chamado a minha atenção pela capa, que traz uma jovem de luvas vestida no estilo anos 1940 ou 1950, sentada em uma mala. Mala é um objeto que remete a viagens e busca por conhecimento. Quando li a sinopse e percebi que a narrativa transita entre o presente e 1940, ou seja, em meio à Segunda Guerra Mundial, já me interessei. Eu sou apaixonada por histórias que mesclam o passado e o presente, unindo os destinos de duas pessoas.
No caso de A Maleta da Sra. Sinclair, essas duas pessoas são Dorothy Sinclair, a dona da maleta que dá título ao livro, e sua neta Roberta Pietrykowski, uma mulher na faixa dos 30 e poucos anos, solteira, que trabalha em uma livraria de livros novos e usados chamada Old & New, e que encontra a tal maleta. Roberta adora vasculhar livros antigos e encontrar vestígios da vida de outras pessoas e traços de outros leitores: marcações nas páginas, uma assinatura ou dedicatória, cartas ou cartões postais esquecidos entre as folhas amareladas. Eu me identifiquei muito com Roberta desde o início da história (apesar de que não concordamos em tudo), principalmente por esse fascínio sobre a vida de outras pessoas encontradas em livros antigos. A maioria dos capítulos que se passam no presente se inicia com a transcrição de uma dessas cartas esquecidas e o nome do livro no qual ela foi encontrada. É de arrepiar, mas o primeiro livro mencionado em A Maleta da Sra. Sinclair foi justamente o último livro que li: Mulherzinhas, de Louise May Alcott. Quais são as chances?? Além disso, há outros de meus livros preferidos mencionados, como Madame Bovary e Jane Eyre. Esses detalhes me fizeram sentir ainda mais próxima desse livro.
Dentro da tal maleta, que pertenceu à sua avó, Roberta encontra uma carta datada de 1941, assinada por Jan Pietrykowski, seu avô, que foi um piloto polonês com base na Inglaterra durante a Segunda Guerra Mundial. O que chama a atenção de Roberta é a data da carta, pois seu avô supostamente teria morrido em 1940 em um acidente de guerra. O que havia por trás dessa história? É aí que ela passa a se interessar mais pelo seu próprio passado e de sua família.
O leitor sabe mais do que Roberta, pois nós temos acesso à narrativa da própria Dorothy em 1940, intercalada com a de Roberta em 2010. Dorothy viveu um casamento infeliz, foi abandonada por seu marido, sofreu com cinco abortos e o nascimento de um natimorto, nunca realizando o seu maior desejo de ser mãe. Sua vida muda com a chegada do batalhão de Jan Pietrykowski e ela conhece o amor pela primeira vez. Porém, seguir esse caminho não será fácil e ela terá que fazer uma escolhe entre dois tipos de amor, que marcará para sempre a sua vida.
No presente, Roberta se parece muito com a sua avó, e também descobre que terá que tomar uma iniciativa para tentar ser feliz no amor e deixar para trás a sua vida solitária.
Eu me apaixonei pela vida dessas duas mulheres, principalmente pela triste história de Dorothea, que fica ainda mais interessante por se passar durante um período tão importante e marcante da história mundial. O leitor deve colocar os pedaços do quebra-cabeça no lugar para finalmente descobrir o segredo que Dorothy ainda mantém. Eu teria dado 5 estrelas a esse livro se não fosse por um clichês totalmente desnecessário ao final da história de uma das mulheres, mas não vou contar para vocês o que é. Vocês terão que ler para descobrir!
Louise Walters |
A autora Louise Walters nasceu em Oxfordshire, no Reino Unido. Esse é o seu romance de estreia, publicado pela primeira vez em 2014, e já foi traduzido e editado em 12 países. Ela publicou mais dois livros, A Life Between Us (2016) e The Road to California (2016), mas eles ainda não foram traduzidos para o português.
Espero que tenham gostado dessa dica de leitura.
Uma ótima semana a todos e, é claro, ótimas leituras!
Fernanda