sábado, 23 de abril de 2016

Soneto I, William Shakespeare

Bom dia, queridos leitores!

Há muitos dias não escrevo aqui! Meu tempo livre anda escasso ultimamente (finalização da minha Especialização, segunda fase do mestrado, estágio docente e projetos literários...!), portanto não tenho tido tempo para atualizar o blog, embora já tenha feito várias leituras interessantes, que ainda serão comentadas por aqui!

Stratford-upon-Avon
Contudo, hoje não poderia deixar de encontrar um tempinho para prestar uma homenagem a um dos maiores escritores de todos os tempos. Hoje, 23 de abril, dia de nascimento e morte de William Shakespeare. Em 2016 comemoramos 400 anos da morte do Bardo e por todo o mundo hoje ocorrem celebrações para homenageá-lo. Em Stratford-upon-Avon, sua cidade natal na Inglaterra, hoje ocorreu um desfile pela manhã com atores shakespearianos que terminou no local onde Shakespeare está enterrado. Na cidade de Shakespeare, hoje ainda haverá fogos de artifício, bailes, apresentações teatrais e outras surpresas.


Desfile em Stratford-upon-Avon

Celebrações em Stratford-upon-Avon


































Globe Theatre em Londres
Em Londres, local onde Shakespeare passou a maior parte de sua vida e onde escreveu e encenou as suas peças, o teatro Globe Theatre - réplica do teatro utilizado por Shakespeare no início do século XVII que, infelizmente, pegou fogo - apresenta uma encenação de Hamlet e telões foram instalados ao longo do rio Tâmisa para a exibição de 37 curta-metragens, uma para cada peça de Shakespeare. Até Barack Obama visitou o Globe nesta semana e se encantou com a experiência!







No Brasil, o British Council programou ações para o ano inteiro, como debates, palestras e a Casa Shakespeare na Flip, Festa Literária de Paraty, neste ano.



Não importa o local do mundo, hoje todos celebramos o legado deste fantástico e universal escritor!

Para homenageá-lo aqui no blog, trago para vocês o Soneto I, o primeiro de seus 154 poemas escritos ao longo de sua trajetória literária e publicados pela primeira vez em 1609. Os sete primeiros sonetos de Shakespeare são dirigidos a um amante anônimo, provavelmente um jovem rapaz caracterizado como Fair Youth. Este poema já apresenta inúmeros temas e metáforas que serão recorrentes em outros poemas do Bardo.

Sonnet I

From fairest creatures we desire increase,
That thereby beauty's rose might never die,
But as the riper should by time decease,
His tender heir might bear his memory:
But thou, contracted to thine own bright eyes,
Feed'st thy light's flame with self-substantial fuel,
Making a famine where abundance lies,
Thyself thy foe, to thy sweet self too cruel.
Thou that art now the world's fresh ornament
And only herald to the gaudy spring,
Within thine own bud buriest thy content
And, tender churl, makest waste in niggarding.
    Pity the world, or else this glutton be,
    To eat the world's due, by the grave and thee.


Soneto I

Em tudo o que há mais belo, a rosa da beleza
Se nos impõe, gerando o anseio de aumentá-la,
E, entre os seres mortais, a própria natureza
Ao herdeiro confere o dom de eternizá-la

Mas tu, assim concentrado em teu olhar brilhante,
Sem o alento de outra alma, a que a tua dê abrigo,
Cheio de amor, negando amor a todo instante,
De ti mesmo e do teu encanto és inimigo.
Tu, agora, esplendoroso ornamento do mundo
E arauto singular de alegre primavera,
Tu, botão, dentro em ti sepultas, infecundo,
Teu gozo e te destróis, poupando o que exubera.
Faze prole, ou, glutão, em ti e na sepultura,
Virá a tragar o mundo a tua formosura.
(Tradução de Jerônimo Aquino)


Shakespeare rompe com a tradição de sonetos estabelecida pelo poeta italiano Petrarca e outros poetas renascentistas, que tinha como estrutura 14 versos divididos em duas estrofes: uma oitava (oito versos) seguida por uma sextilha (seis versos). A estrutura dos sonetos de Shakespeare, que viria a ser conhecida como soneto shakespeariano ou soneto inglês, é composta por 14 versos divididos em três quartetos (quatro versos) seguidos por um dístico (dois versos).

O eu-lírico do Soneto I encoraja o leitor a procriar para eternizar a beleza da natureza. O relutante amante, que não quer produzir um herdeiro, é criticado pelo eu-lírico que lhe diz que sua formosura desaparecerá na sepultura se o seu amante não procriar.


Este é o primeiro de 154 sonetos escritos por Shakespeare. Aproveite o dia de hoje para homenagear a sua memória lendo estes belos poemas!

Feliz 23 de abril!
Feliz Shakespeare's Day!

Fernanda

terça-feira, 5 de abril de 2016

Calendário Literário - Abril

Olá, queridos leitores!


Que correria! E só estamos no mês de abril! Imagina quando o mês de junho chegar e, com ele, o final do semestre! Mas, aos poucos, conseguimos colocar tudo em ordem!

Com o mês de abril chega também mais um desafio literário! Lembram do nosso calendário literário? Quem perdeu este post, pode acessá-lo clicando aqui.

Eu estou adorando participar deste desafio anual, pois, dessa forma, acabo lendo livros que, não fosse o desafio, eu provavelmente deixaria para ler em outro momento. É uma ótima forma de variar a nossa leitura e de sair de nossa zona de conforto literária!

O desafio para o mês de abril é:

Leia um livro nacional!





Este é um ótimo desafio, pois há muitos autores brasileiros na minha estante esperando para serem lidos e eu tendo sempre a escolher autores estrangeiros, principalmente do eixo Inglaterra-EUA (Eu sei, é péssimo! Eu, assim como muitos brasileiros, preciso valorizar a nossa literatura nacional, que abrange tantos autores e títulos fantásticos!). Escolhi para este mês a leitura de "O Cortiço", de Aluísio de Azevedo. um romance naturalista publicado em 1890 e que critica as más condições dos moradores de cortiços no Rio de Janeiro. Eu sou fascinada por histórias que se passam no Rio de Janeiro de fins de século XIX e já ouvi e li muitas críticas boas a respeito deste livro, que é um clássico da literatura brasileira. Portanto, esta é a minha leitura escolhida para abril!


Assim que eu terminar a minha leitura, eu trago as minhas impressões para vocês!

Que venha o mês de abril e viva a literatura brasileira!

Um abraço,

Fernanda