domingo, 4 de dezembro de 2016

"A Rainha de Provence", Jean Plaidy

Boa noite, queridos leitores!

Eu sei que tenho estado longe do blog há muito tempo, muitas vezes pensei em comentários e reflexões literárias para postar por aqui, mas infelizmente não tenho tido tempo. No final de agosto me mudei para Leiden, uma cidade na Holanda, pois recebi uma bolsa de estudos para fazer um curso de Research Master em Estudos Literários na Universidade de Leiden. Tenho lido e aprendido tanta coisa! Espero ainda poder compartilhar com vocês este aprendizado por aqui! Porém, como a carga de leitura, escrita e trabalho na universidade é muito grande, realmente não tem me sobrado tempo para escrever por aqui.

A cidade murada de York com a catedral ao fundo
No entanto, neste final de semana fui para York na Inglaterra para participar de uma conferência sobre Charles Dickens (mais comentários virão!), e simplesmente me encantei com esta cidade tão recheada de história! Por coincidência, ontem terminei de ler o sexto volume da saga Plantageneta escrita por Jean Plaidy e, imaginem só, York estava no enredo de Plaidy! Como é maravilhoso poder ver com os próprios olhos os locais descritos em livros, não é? Por isso, inspirada pela cidade de York e com o final da leitura de "A Rainha de Provence", decidi escrever sobre mais este volume da saga aqui no blog!

Quem quiser acompanhar as resenhas dos cinco primeiros volumes da saga pode acessá-las clicando aqui.

Como vimos, o último volume, "A Batalha das Rainhas", acabou com as duas poderosas rainhas-mães Isabela de Angoulême e Blanche de Castela abrindo espaço para que seus filhos, agora maduros, pudessem reinar: Henrique III da Inglaterra e Luís IX da França, respectivamente. Em "A Rainha de Provence" conhecemos o período de reinado de Henrique III (1216-1272). Após a morte do Rei João, o povo tinha esperanças que seu filho Henrique seria um rei diferente. Porém, essas esperanças não foram concretizadas. Henrique acabou sendo um rei fraco.

Henrique já está com idade para casar e assim começam os preparativos para lhe encontrar uma rainha. Na região de Provença, a segunda filha do Conde de Provença, Eleanor, volta seus olhos ambiciosos para a Inglaterra. Sua irmã mais velha Marguerite havia se casado com Luís IX e se tornado rainha da França. Cobiçando um título de rainha para si também, Eleanor usa de seus dotes como trovadora e escreve uma canção que vai parar nas mãos de Henrique III. Sem nem ao menos conhecê-la, Henrique se apaixona por esta mente criativa e, quando a vê pela primeira vez, se apaixona por ela ainda mais.

Os dois se casam e têm uma vida feliz a dois. Porém, logo se percebe a influência de Eleanor sobre o seu marido. Henrique faz de tudo para agradá-la: sobe os impostos para poder arcar com festas e presentes extravagantes, a corte inglesa se enche de estrangeiros da Provença, principalmente familiares de Eleanor que passam a ocupar os cargos mais importantes do governo inglês, tomando - aos olhos da população - o lugar dos ingleses. Aos poucos, o rei e a rainha perdem popularidade com o povo.


Henrique III
Eleanor de Provença

Simon de Montfort, um nobre inglês, se torna o líder dos rebeldes. Um grupo de nobres se reúne para exigir mudanças ao rei: eles querem a instauração de um Parlamento. O rei Eduardo III, a rainha Eleanor e seu filho mais velho Eduardo se opõem veementemente à proposta de Montfort e os outros nobres. A situação fica cada vez pior até que Simon e seus seguidores levantam a Segunda Guerra dos Barões em 1264, como ficou conhecida - a Primeira Guerra dos Barões tinha acontecido com o pai de Henrique, Rei João, e tinha culminado com a assinatura da Magna Carta. Durante esta nova rebelião, o rei foi capturado, seu irmão, Ricardo, e seu filho, o príncipe Eduardo, também foram feitos prisioneiros. Eduardo consegue escapar e, com a ajuda de sua mãe Eleanor e seu primo Henrique (filho do seu tio Ricardo), lidera um exército contra os rebeldes. Diferente de seu avô João, Eduardo sai vitorioso. O rei e seu irmão são liberados, e Simon de Montfort é morto e esquartejado.


Guerra dos Barões


Com a paz restaurada, Eduardo decide partir para a Oitava Cruzada em 1270. Seu pai, porém, adoece e fica cada vez mais fraco. Por fim, em 1272, Henrique III morre, deixando a coroa para seu filho, que viria a se tornar Eduardo I. Eduardo ainda estava participando da Cruzada quando soube da morte do seu pai, e só conseguiu voltar para a Inglaterra em 1274.




" - Você tem diante de si o rei da Inglaterra."


É o que Eduardo diz a sua esposa, também chamada Eleanor, na penúltima frase do sexto volume da saga. No próximo volume, "Eduardo I", conheceremos melhor este bravo príncipe e saberemos se a bravura da sua juventude se estenderá aos seus anos de reinado. Será que o povo inglês vai ter enfim o rei que esperava?

Esta foi mais uma aventura da família real inglesa escrita pela fantástica Jean Plaidy, pseudônimo de Eleanor Hibbert (1906-1993). Quanto mais eu leio os seus livros, mais abismada eu fico com o tamanho repertório histórico e cultural da autora. Em vida, ela escreveu mais de 200 livros, a maioria romances históricos reconstruindo diferentes períodos da história inglesa. É, sem dúvida, um trabalho de fôlego! E nós, leitores, só temos a agradecer a aproveitar!


Jean Plaidy
Ótima semana a todos, e prometo que não tardarei para voltar por aqui! Há muito o que compartilhar!

Beijos e ótimas leituras!

Fernanda