segunda-feira, 25 de janeiro de 2021

"O Coração é o Último a Morrer", Margaret Atwood

 Olá, pessoal!


Hoje venho compartilhar com vocês a minha primeira leitura do ano 2021. Trata-se do quarto livro do meu Book Club: The Heart Goes Last (2015), ou, em português, O Coração é o Último a Morrer, da escritora contemporânea canadense Margaret Atwood. Atwood é uma das principais autoras de distopia do momento. Ela já escreveu mais de sessenta livros, incluindo romances, contos, livros de poemas, infantis e de não-ficção. Além disso, ela já recebeu diversos prêmios literários, como o Booker Prize (um dos principais prêmios literários para livros escritos em inglês e publicados no Reino Unido ou Irlanda), duas vezes: em 2000 com o romance histórico The Blind Assassin, e em 2019 com Os Testamentos, ao lado de Bernardine Evaristo com o romance experimental Girl, Woman, Other.


Margaret Atwood



O meu primeiro contato com Atwood foi alguns anos atrás, acredito que em 2015, quando li pela primeira vez O Conto da Aia (1985). Foi uma experiência muito instigante. Eu fui levada pelo universo distópico e aterrorizante criado por Atwood, em que mulheres perdem totalmente sua individualidade, são colocadas em castas fixas e têm seus direitos restringidos. Nessa realidade, por exemplo, as mulheres não podiam ler! Para saber mais sobre esse livro de Atwood, clique aqui.

Antes de ler O Coração é o Último a Morrer, portanto, eu já esperava um universo similarmente aterrorizante.

O Coração é o Último a Morrer se passa em uma realidade alternativa em um futuro próximo no Estados Unidos depois de um colapso da economia americana. Diversos negócios e fábricas faliram, o que gerou um alto número de desemprego, levando pessoas de todas as classes sociais a verem seu padrão de vida baixar drasticamente de um dia para o outro. 

Os protagonistas dessa narrativa são Charmaine e Stan. Ambos levavam uma vida de casado confortável: tinham empregos estáveis, uma casa própria, um carro e nada do que reclamar. Porém, depois da depressão econômica, ambos perderam seus empregos. Eles não tinham como manter a casa, foram vendendo seus pertences aos poucos até perderem a casa por completo. Charmaine conseguiu um trabalho como garçonete em um bar durante as tardes, o que lhes proporcionava dinheiro raramente suficiente para comprar comida. A única coisa que lhes restava era o carro, onde dormiam e viviam. Durante a noite, precisavam estar atento às gangues e malfeitores que dominavam as ruas. Era uma vida penosa.


Eis que um dia Charmaine assiste a um comercial na televisão do bar em que trabalha. Trata-se de um anúncio de um novo projeto social para melhorar a vida de pessoas afetadas pela depressão econômica. O projeto, chamado Positron, oferece empregos estáveis e casa própria. Porém, em troca, os participantes devem passar um mês como cidadãos dessa cidade experimental chamada Consilience e um mês como penitenciários na prisão Positron, e assim sucessivamente; seis meses de liberdade e seis meses de reclusão por ano. Enquanto Charmaine e Stan estão passando o seu mês na prisão, os seus Alternates, o casal que divide a casa com eles, vivem na casa. No mês seguinte, Charmaine e Stan voltam para casa enquanto seus Alternates vão para a prisão. No entanto, é expressamente proibido encontrar ou tentar se comunicar com o seu Alternate

Desiludidos com sua situação atual, Charmaine e Stan aceitam a proposta e se mudam para Consilience.



Os primeiros meses parecem um sonho em comparação à vida aperada e miserável que levavam no carro. Ambos tinham empregos que gostavam, uma casa confortável e podiam viver sem preocupações. Porém, com o passar do tempo, a curiosidade pelos seus Alternates levam ambos a relações proibidas e perigosas. Além disso, eles descobrem que pessoas malquistas no local somem misteriosamente. Parece que a idílica cidade Consilience esconde planos secretos que involvem muito dinheiro para certas pessoas do lado de fora.


Não vou contar para vocês como essa história se desenrola. Apenas posso dizer que é uma jornada louca! Há momentos que parecem impossíveis de acontecer no mundo real. Porém, ao pensar sobre eles, você chega à conclusão de que, por mais absurdos que pareçam, eles poderiam, sim, ser realidade: o que me causa um frio na espinha!


Este é mais uma narrativa de Atwood sendo Atwood: instigante, aterrorizante, curioso, perturbador e perversamente factível. 

Atwood


The Heart Goes Last foi publicado em 2015. O livro foi baseado em uma série de contos lançados online pela autora em 2013 e que se passam em Positron. Várias das obras de Atwood já foram adaptadas para o cinema ou televisão. Eu acredito que The Heart Goes Last daria uma ótima série televisiva! Quem sabe em um futuro próximo?

Espero que tenham gostado dessa sugestão de leitura.

Uma ótima semana a todos e, é claro, ótimas leituras!


Fernanda