terça-feira, 19 de julho de 2016

Calendário Literário - Julho

Olá, queridos leitores!

Um novo mês iniciou (há quase três semanas, eu sei!) e já é hora do nosso próximo desafio literário!
Tenho lido bastante ultimamente, pois agora que terminei de escrever minha dissertação de mestrado, tenho tido mais tempo livro, finalmente! Porém, tenho lido textos além do nosso desafio anual. No entanto, ainda há tempo para o nosso desafio de julho!


Como em julho é o mês de férias escolares, normalmente temos mais tempo de sobra para fazer o que gostamos: ler! Por isso, o desafio literário deste mês é:


Ler um livro com mais de 500 páginas!

E aí, topam o desafio?

Para quem não lembra, o Calendário Literário foi criado pelo blogueiro e youtuber Vitor Martins. Quem quiser relembrar os posts referentes aos desafios dos últimos meses, podem acessá-los clicando aqui.

Eu, pessoalmente, não tenho medo de livros com muitas páginas. Pelo contrário, estes são os livros que mais me atraem! Para os que ainda não se acostumaram com longas leituras (que não necessariamente duram mais tempo, porque há livros enormes que são tão envolventes que a leitura acaba por fluir rapidinho!), eu sugiro começar com um livro que te chame a atenção por já ter sido lido e recomendado por muitos, como a saga Harry Potter, ou por ser alguma história que você já goste ou esteja familiarizado, como livros que viraram filmes ou séries de televisão, como a saga Guerra dos Tronos. Assim, você vai ter certeza que a leitura será do seu agrado e que você não desistirá no meio do caminho! Depois que você perder o "medo" do número de páginas, você pode se aventurar em romances longos desconhecidos, que serão uma jornada inédita para você!


Eu pensei muito sobre qual livro iria ler para este desafio. Há tantos livros que estão na minha estante esperando para serem lidos há tanto tempo... Por fim, escolhi um livro que devo ter comprado há uns dois anos e que me intrigou bastante. Trata-se de A Sociedade dos Meninos Gênios, escrito pelo norte-americano Lev A.C. Rosen.


Este romance tem como plano de fundo uma Londres Vitoriana pós-apocalipse com uma atmosfera steampunk. A personagem principal é Violet Adams, uma garota que se passa por seu irmão gêmeo para conseguir um lugar na escola mais prestigiada de Londres, que é reservada só para meninos. Além de ironizar a aristocracia inglesa do século XIX e de tratar de uma maneira divertida a questão de gênero, A Sociedade dos Meninos Gênios ainda traz referências a Noite de Reis, de Shakespeare, e A Importância de Ser Prudente, de Oscar Wilde. É claro que estou dentro!

Lev A.C. Rosen
Este é o romance de estreia de Rosen, publicado nos Estados Unidos em 2011 e no Brasil em 2014.

Eu estou animadíssima com esta nova leitura! O livro tem 544 páginas, mas tenho uma sensação de que essas páginas vão voar! Assim que terminar a leitura, trago minhas impressões para vocês!

E você? Qual livro com mais de 500 páginas vai ler neste mês?

Um ótimo mês, excelentes férias e maravilhosas leituras!

Fernanda

sexta-feira, 15 de julho de 2016

"A Detenção de Arsène Lupin", Maurice Leblanc

Boa noite, leitores!


Quem acompanha o blog sabe que eu sou apaixonada pela Agatha Christie. Foi ela quem me introduziu à literatura policial e até hoje a considero a musa maior das histórias de crimes e detetives. Por falar em detetives, Hercule Poirot continua sendo um dos meus investigadores preferidos. Porém, eis que em uma de minhas jornadas por livrarias, me deparei com um pequeno livro de bolso que chamou minha atenção. Trata-se de Arsène Lupin Ladrão de Casaca. O livro chamou a minha atenção por três motivos principais. Primeiro, a capa. Nela, é possível ver a silhueta de um homem de casaca, cartola e bengalas, o que me remeteu ao século XIX e à Inglaterra Vitoriana, um de meus períodos preferidos na história inglesa. Porém, ao ler o título e o nome do autor, percebi que se tratava de um autor e de um personagem franceses. Este foi o segundo motivo de minha atração pelo livro. Sou fascinada pela cultura francesa! E, por fim, ao ler a contracapa, verifiquei que o livro era um romance policial. Pronto, o livro me fisgou e o levei direto para o caixa!

Arsène Lupin Ladrão de Casaca é, na verdade, um livro de contos. Ele traz nove contos, todos aventuras do fugitivo Arsène Lupin. Confesso que não o conhecia antes, mas ele é um dos personagens mais famosos da literatura policial mundial, ao lado de nomes como Sherlock Holmes, Philip Marlowe e Poirot!




O primeiro conto do livro, A Detenção de Arsène Lupin, é o conto no qual o personagem aparece pela primeira vez. Ele foi publicado originalmente na revista Je sais tout no dia 15 de julho de 1905. Há exatos 111 anos! Logo, Lupin tornou-se célebre e veio a aparecer em mais 35 contos e 19 romances escritos por Maurice Leblanc, além de diversas aparições no cinema, teatro, televisão e histórias em quadrinhos. É, certamente, um ladrão multimodal!

A contracapa da edição da L&PM Pocket traz a seguinte informação:

"A alta sociedade francesa diverte-se a bordo do transatlântico Provence, quando chega a notícia: Arsène Lupin, o ladrão impossível de se capturar, viaja disfarçado entre os passageiros."


E aí, aguçou a curiosidade?

É aí que os passageiros do navio, que não podem deixar o local onde estão até aportarem no local de destino, se desesperam e passam a cogitar quem seria o famoso ladrão. Não vou contar quem é o passageiro disfarçado, é claro! Mas recomendo a leitura do conto. Leiam e descobrirão quem é Arsène Lupin!

Maurice Leblanc
Maurice Leblanc, o criador deste memorável personagem, nasceu em 11 de novembro de 1864 em Rouen, na França, e morreu em 6 de novembro de 1951, aos 76 anos. Leblanc nasceu em uma família burguesa francesa e desde criança teve sua imaginação fomentada pelas obras de Maupassant e Flaubert. Aos 21 anos, mudou-se para Paris para seguir o seu sonho de ser escritor. Seu primeiro romance, Une Femme, foi publicado em 1905, mas não alcançou muita popularidade. Foi com seu personagem Arsène Lupin - criado por encomenda da revista francesa Je sais tout para rivalizar o personagem inglês Sherlock Holmes - que Leblanc alcançou a fama literária.



Arsène Lupin foi adaptado para o cinema diversas vezes. Entre as adaptações mais conhecidas está o filme de 2004, dirigido por Jean-Paul Salomé. O filme conta com Romain Duris no papel de Lupin, Eva Green como Clarisse, e Kristin Scott Thomas como a condessa Josephine. Ainda não tive a oportunidade de assistir ao filme, mas ele já entrou em minha lista! Porém, quero ler mais contos com Lupin antes de me aventurar para a adaptação cinematográfica.


Filme de 2004

Quem está procurando uma história curta e instigante para esta sexta-feira à noite, deixe-se levar pelas aventuras de Arsène Lupin.

Uma ótima noite a todos e boas leituras!

Fernanda

domingo, 10 de julho de 2016

"A Batalha das Rainhas", Jean Plaidy

Boa tarde, queridos leitores!

Eu continuo a jornada de leituras da fantástica saga Plantageneta em 14 volumes da escritora inglesa Jean Plaidy. Em uma das primeiras resenhas que fiz sobre esta série de livros, havia identificado como ponto negativo o fato de a autora apresentar uma narrativa muito rápida: muitos eventos acontecem em poucas páginas, por isso o leitor poderia se sentir sobrecarregado com a quantidade de informações. Porém, agora que já me acostumei com o ritmo da autora, vejo isto como um dos pontos positivos da saga de Plaidy, pois ela cobre muitos anos em apenas um volume de modo a proporcionar uma visão panorâmica da vida dos primeiros monarcas da Inglaterra.


A saga de Jean Plaidy
O quinto volume, por exemplo, inicia em 1216 e termina em 1246. Certos detalhes são inevitavelmente deixados de lado, mas o resultado final é uma belíssima reconstrução do período da dinastia Plantageneta, que iniciou em 1154 com Henrique II, e terminou em 1399 com o final do reinado de Ricardo II. Os livros de Plaidy, porém, não são livros de história, mas romances históricos, que buscam nestas personalidades reais inspirações para sua reconstrução como personagens de ficção, com seus desejos, ambições, romances, vinganças, enfim... tudo o que uma boa história precisa! E o mais interessante é saber que estes personagens de fato existiram! É a mistura de entretimento e instrução. Eu acho simplesmente maravilhoso!




Os 14 volumes da saga, em ordem cronológica, são:

- "Prelúdio de Sangue" - resenha aqui;
- "O Crepúsculo da Águia" - resenha aqui;
- "O Coração de Leão" - resenha aqui;
- "O Príncipe das Trevas" - resenha aqui;
- "A Batalha das Rainhas";
- "A Rainha de Provence";
- "Eduardo I";
- "As Loucuras do Rei";
- "O Juramento do Rei";
- "Passagem para Pontefract";
- "A Estrela de Lancaster";
- "Epitáfio para Três Mulheres";
- "A Rosa Vermelha de Anjou";
- "Sol em Esplendor".


O volume 5, "A Batalha das Rainhas", inicia a partir da morte do Rei João, o "príncipe das trevas". O Rei João não foi um rei popular. Pelo contrário, sua perda dos territórios continentais ingleses para a coroa francesa, a contratação de um exército de mercenários, a nomeação de estrangeiros para cargos políticos importantes, sua briga com o Papa que resultou na sua excomunhão e no Interdito para a Inglaterra, e sua tirania levaram os barões ingleses a se rebelarem contra o seu próprio rei e a se juntarem ao príncipe francês, que logo se tornou Luís VIII, no seu ataque à Inglaterra.

O destino, porém, interveio a favor da Inglaterra: o Rei João acabou morrendo devido a complicações de uma séria disenteria. Às pressas, o filho mais velho de João com Isabela de Angoulême, Henrique, que tinha apenas 9 anos na época, foi coroado Henrique III em 1216 (neste ano, comemoramos 800 anos da coroação de Henrique III!). Os nobres ingleses, que estavam insatisfeitos com João, nada tinham contra o jovem Henrique. Portanto, voltaram para a Inglaterra e as expedições do príncipe francês para conquistar a Inglaterra fracassaram.

Henrique III da Inglaterra

Como Henrique ainda era muito jovem para reinar sozinho, ele teve a ajuda de sua mãe, a rainha Isabela de Angoulême, considerada a mulher mais bela da época, e dos cavaleiros Guilherme Marechal e Hubert de Burgh (o mesmo que se negou a cegar o príncipe Arthur com ferros quentes durante o reinado do Rei João!).

Do outro lado do Canal da Mancha, Luís VIII e sua esposa Blanche de Castela tiveram sete filhos que sobreviveram, incluindo o primogênito (depois da morte de Filipe) Luís. O destino também levou Luís VIII cedo, deixando o pequeno Luís, com apenas 12 anos, para ser coroado Luís IX em 1226 (Luís IX foi mais tarde canonizado São Luís IX da França). Como Luís também era novo demais, sua mãe, a rainha Blanche, auxiliou-o ativamente durante os primeiros anos do seu reinado.

Luís IX da França

Isabela e Blanche, as rainhas-mães da Inglaterra e França respectivamente, foram mulheres à frente do seu tempo, sem  medo de enfrentar reis e políticos, e capazes de tudo para manter - e aumentar - o seu poder. É esta a "batalha das rainhas", a principal trama que dá título ao livro.


Blanche de Castela
Isabela de Angoulême


O próximo volume também vai ser dominado por outra figura feminina: Eleanor, esposa de Henrique III, a "rainha de Provence"! A saga dos monarcas ingleses continua!



Jean Plaidy quando jovem
Jean Plaidy (1906-1993) - um dos pseudônimos de Eleanor Hibbert - foi mesmo uma autora prolífica e de um invejável repertório histórico-cultural. Durante sua vida, ela escreveu mais de 200 livros e vendeu mais de 100 milhões de cópias, traduzidos para mais de vinte línguas! Plaidy escreveu várias sagas de romances históricos, incluindo a série de 14 romances sobre a dinastia Plantageneta, 11 volumes da saga Tudor, 7 volumes da saga Stuart, e 11 volumes da série Rainhas da Inglaterra. Plaidy era uma escritora de fôlego! Escrevia cinco horas por dia, durante os sete dias da semana. Ela era muito disciplinada e não parava de escrever até mesmo durante as suas férias anuais em cruzeiros marítimos. Sua dedicação com certeza se reflete na sua escrita requintada. Entre seus principais ídolos e influências literárias estão Charlotte Brontë, Victor Hugo, George Eliot, Charles Dickens e Leo Tolstói.

Quem ainda não conhece o trabalho de Jean Plaidy, fica aqui a minha recomendação!

Um ótimo domingo a todos e, é claro, ótimas leituras!

Fernanda