terça-feira, 31 de março de 2015

Mitologia Celta - "O erro do rei Nuada"

Olá, pessoal!

Hoje resolvi escrever sobre um tipo diferente de literatura, são histórias que fazem parte do imaginário popular de diversas culturas e que, de um modo ou de outro, já influenciaram centenas de milhares de escritores. São aquelas histórias que estão no berço de qualquer civilização e foram passando de geração a geração até chegarem aos dias de hoje.

Os deuses gregos no Monte Olimpo
Falo dos mitos, narrativas que, baseadas em tradições e lendas, explicam o nosso mundo e nossa história. Os mitos são, muita vezes, histórias sagradas, endossadas pelos governantes e sacerdotes. As mais conhecidas mitologias são a Grega, a Romana, a Egípcia, a Chinesa, mas existem muitas mais! Cada qual rica em histórias da cultura de seu povo.

Imperador romano Cláudio
Hoje decidi escrever para vocês sobre a Mitologia Celta.Os Celtas foram um povo que viveu na região da Grã-Bretanha e Europa Ocidental entre 2.000 a.C. e 400 d.C. Esse povo habitava pequenas aldeias e eram liderados por chefes guerreiros. Infelizmente, os Celtas não deixaram registros escritos de suas histórias, mas algumas foram incorporadas pelos Romanos, quando eles invadiram e dominaram a região ocupada pelos celtas. No século I d.C., o Imperador Cláudio dominava a Bretanha, somente a Irlanda e o Norte da Escócia escaparam da influência romana. Muitas dessas lendas foram resgatadas e escritas durante a Idade Média.

Os principais deuses celtas eram Teutates, Dagda, Danu, Belenos, Lug e Sucellus. Não vou escrever sobre todos esses deuses nesta publicação, mas continuarei escrevendo sobre Mitologia Celta para que vocês conheçam mais narrativas dessa cultura encantadora.

Deuses celtas


O rei Nuada
Hoje resolvi escrever para vocês sobre a história do erro do rei Nuada, descendente da deusa Dana, governante das terras do norte da Grã-Bretanha, belíssimas, porém geladas. Portanto, o rei decide conquistar as terras da Ilha Verde, atual Irlanda, que eram viçosas e produtivas. Contudo, as terras irlandesas eram governadas por Eochtrai, rei dos firbolg, um povo que não cederia suas terras com facilidade.
Os firbolgs

As tribos do norte se preparam por nove anos para o ataque, construíram embarcações, reuniram exímios guerreiros e até conseguiram uma aliança com os fomores, criaturas inacabadas e brutais que se escondiam nas cavidades dos recifes.

Um Fomor
Quando chegaram à costa irlandesa, os dois exércitos se enfrentaram na planície de Mag Tured.A batalha já durava três dias e o rei Nuada começara a se preocupar. Foi então que recebeu a visita de Morrigane, a deusa guerreira. Ela prometeu ao rei revelar-lhe como ganhar a batalha se ele a recebesse em sua cama. O rei Nuada sabia que o amor de Morrigane se pagava com sangue, mas, pensando no bem de seu povo, aceitou a proposta.

No dia seguinte, estimulado pelo amor da deusa guerreira, o próprio rei saiu ao campo de batalha e matou o rei Eochtrai, ajudando seu povo a massacrar os irlandeses.A vitória era deles. Contudo, um dos irlandeses extremamente raivoso pegou sua espada a decepou o braço do rei Nuada.
Morrigane, a deusa guerreira

Como um rei deficiente era prenúncio de infortúnios, Nuada foi obrigado a renunciar o trono. Quem subiu em seu lugar foi Bres, filho de uma princesa daneana e um príncipe fomoriano. Bres foi um péssimo governante, exigia altas taxas de impostos e favorecia o povo fomoreano ao invés de seus súditos. As crônicas celtas chamam o período de reinado de Bres de os sete anos funestos.

Foi então que o rei Nuada percebeu o seu erro, o de precipitar-se à guerra, tomando o lugar de um guerreiro e deixando o seu posto de rei. Mais tarde, um médico hábil, Miach, conseguiu reconstituir o braço do rei Nuada, que pôde, assim, voltar a reinar, desta vez com sabedoria, e a prosperidade voltou à ilha.

Essa é uma narrativa interessante que nos conta sobre a conquista de terras neste período e sobre esta batalha entre reis, que supostamente ocorreu na plaície de Mag Tured.

Batalha em Mag Tured

No entanto, com a volta de Nuada para o trono e o exílio de Bres, o povo fomoriano ficou extremamente ofendido. Este foi o estopim para a Segunda Batalha de Mag Tured, mas essa história fica para outro dia.

Espero que tenham se encantado com esta história da cultura celta.

Ótimas leituras e boa terça-feira!

Fernanda

segunda-feira, 30 de março de 2015

"O Barril de Amontillado", Edgar Allan Poe

Olá leitores,

quem me conhece ou acompanha as minhas publicações sabe que eu adoro ler contos de terror. Já escrevi sobre vários escritores célebres deste gênero literário, como Guy de Maupassant e H. P. Lovecraft, mas ainda havia dedicado pouco espaço ao seu maior nome: Edgar Allan Poe.

Edgar Allan Poe
Poe é, acredito, o nome mais conhecido nesta área da literatura e um escritor que encanta leitores fiéis há mais de um século. Ele é considerado o primeiro autor norte-americano a escrever contos e foi um dos criadores do gênero ficção policial, do qual, convenhamos, ele é mestre.

Sua vida foi também bastante peculiar, o que levanta ainda mais curiosidade sobre sua figura misteriosa e sobre seus escritos. Ele nasceu em Baltimore, nos Estados Unidos, em 19 de janeiro de 1809. Quando ainda era muito jovem, seu pai abandonou a sua família e logo após sua mãe morreu, deixando-o órfão. Poe foi então acolhido pela família Allan e, como forma de gratidão, adotou o sobrenome da família adotiva.

Em 1835, com 26 anos, Poe casou com sua prima, Virginia Clemm, de apenas 13 anos. A garota, no entanto, viveu pouco, morreu de tuberculose aos 25 anos de idade. Virginia era extremamente devotada a Poe e mantinha uma foto sua embaixo de seu travesseiro. Ela até chegou a escrever um acróstico a  partir do seu nome como presente de Dia dos Namorados em 1846, um ano antes de sua morte:
Virginia Clemm, esposa de Edgar Allan Poe

Ever with thee I wish to roam –
Dearest my life is thine.
Give me a cottage for my home
And a rich old cypress vine,
Removed from the world with its sin and care
And the tattling of many tongues.
Love alone shall guide us when we are there –
Love shall heal my weakened lungs;
And Oh; the tranquil hours we’ll spend,
Never wishing that others may see!
Perfect ease we’ll enjoy, without thinking to lend
Ourselves to the world and its glee –
Ever peaceful and blissful we’ll be.


Após a morte de sua amada, Poe sofreu bastante. Testemunhas diziam que Poe visitava seu túmulo todos os dias e o mantinha sempre com flores. De certa maneira Poe a imortalizou em palavras, Virginia foi sua inspiração para diversos personagens.

No entanto, Virginia, provavelmente, não foi a fonte de inspiração para a história que escolhi para contar a vocês. Trata-se do conto O Barril de Amontillado, publicado pela primeira vez em novembro de 1846 na revista norte-americana Godey's Lady's Book, a de maior circulação no período antes da Guerra Civil.
A história nos conta o plano de Montresor, o narrador, para vingar-se de Fortunato, um italiano nobre que o escarnecia. A vingança foi feita em um dia de Carnaval, quando Fortunato estava tonto da bebida alcoólica. Montresor, sabendo da paixão do outro homem por vinho, disse-lhe que havia encontrado uma safra rara do vinho Amontillado.
Duvidoso, Fortunato decide seguir Montresor até a adega do narrador para conferir o famoso vinho. Contudo, todo esse percurso fora calculado por Montresor, que foi levando seu convidado cada vez mais para o fundo da adega, onde o ar já era rarefeito e as paredes estavam gélidas e úmidas.
Tonto da bebida, Fortunato não percebeu quando Montresor o acorrentou a uma parede no fim escuro da adega. O homem, desesperado, assim que percebeu sua situação, gritou e tentou se soltar, mas não conseguiu. Seu rival, por fim, completou a vingança: tijolo sobre tijolo ele ergueu uma parede que prendeu o corpo agonizante de Fortunato, onde deve estar até os dias de hoje.


Sinistro, não? Essa é a escrita envolvente de Edgar Allan Poe, que deixar o leitor praticamente sem fôlego até chegar à última frase, que, por sinal, é uma expressão em latim, In pace requiescat!, que significa "Descanse em paz".

Pôster do filme de 2011
Para os amantes de histórias de terror, os contos de Poe são um prato cheio. Seus textos são fáceis de encontrar, tanto em livrarias como na Internet, e valem a pena serem lidos.

Essa história também já foi adaptada para o cinema em 2011 em uma produção dirigida por Thad Ciechanowski. Eu ainda não tive a oportunidade de assistir, mas fiquei bem curiosa para conferir como o diretor transpôs essa história para a tela.

Espero que gostem da leitura desse conto.
Um forte abraço e até amanhã!

Fernanda

domingo, 29 de março de 2015

Lançamento "No Mundo da Luna", Carina Rissi

Bom dia, pessoal!

Quem acompanha meu blog sabe que a maioria das minas publicações são sobre clássicos da literatura mundial. Esses livros são muitos importantes para a formação de um bom leitor. Afinal, eles são clássicos por algum motivo, né? Eles marcaram a sua época, trouxeram inovações temáticas e estilísticas e, de alguma maneira, abalaram a cena literária do seu tempo, até porque são lidos, comentados e estudados até os dias de hoje.

Lançamento do livro na Saraiva
No entanto, um bom leitor que se preze não fica preso nem ao passado e nem ao presente. O bom leitor lê os clássicos, que foram a base, também, dos nossos autores contemporâneos, mas também fica por dentro das novidades do mercado literário, que, felizmente, está em a todo vapor no Brasil e pelo mundo! Fico muito satisfeita em saber que as pessoas estão lendo e estão gostando de ler, comentando sobre os livros na Internet, redes sociais e conversas do dia-a-dia. É este o prazer da literatura!

Ontem participei de um evento literário em Curitiba e pude ver ao vivo a comoção da literatura entre os nossos leitores, tanto jovens quanto adultos. Fui ao lançamento do livro "No Mundo da Luna" da brasileira Carina Rissi. Foi o primeiro evento literário do qual participei e a atmosfera foi tão contagiante que a partir de hoje não perco mais um!

Leitores à espera de Carina Rissi
Carina Rissi chegou às 17:00 na Livraria Saraiva do Shopping Crystal e uma fila de leitores ávidos já aguardava por ela. Cheguei meia hora antes do evento (deslize de principiante!) e peguei a senha 66. Carina conversou com cada um de seus leitores, portanto a tarde de autógrafos se estendeu bastante. Mas a espera valeu a pena, pois a escritora é muito simpática e responde todas as perguntas de seus leitores. Adorei o fato de que ela também é fã de Jane Austen! Ponto positivo para Carina Rissi!

O livro que Carina está divulgando se chama "No Mundo da Luna" e conta a história de Luna, uma garota recém-formada em jornalismo, cuja vida está mesmo uma bagunça. Ela foi traída pelo seu namorado e trabalha como recepcionista da revista Fatos&Furos. Porém, com a crise que toma conta da revista, Luna é remanejada para a sessão de horóscopo. Quão difícil pode ser essa tarefa?


Ao esperar por minha vez para conversar com a autora, comecei a ler o primeiro capítulo e já dei muitas risadas. A escrita de Carina é bem fluida e divertida e passamos de um capítulo a outro em um piscar de olhos de tão envolvente que é a história de Luna.
Eu ainda não tive tempo de conferir o livro inteiro, mas assim que o tiver terminado, escrevo mais sobre ele aqui no blog!























Carina Rissi


Carina Rissa nasceu em Ariranha, no interior de São Paulo, e já publicou outros três livros que já se tornaram best-sellers: Perdida, Encontrada e Procura-se um Marido.
Perdida já foi traduzido para o alemão e alcançou bastante sucesso nas prateleiras da Alemanha.

Espero que vocês, assim como eu, tenham gostado de conhecer o trabalho de Carina Rissi.

Desejo sucesso à autora e um domingo repleto de leituras para nós!

Fernanda

sábado, 28 de março de 2015

"Terra Sonâmbula", Mia Couto

Bom dia, gente! Bom sábado a todos!

Mia Couto
Hoje decidi escrever para vocês sobre Mia Couto, que, apesar do que muita gente pensa, não é uma mulher, e, sim, um homem! Mais especificamente, Mia Couto é o pseudônimo de António Emílio Leite Couto, um escritor e biólogo moçambicano que nasceu em Beira em 5 de julho de 1955 e hoje é considerado um dos maiores escritores africanos contemporâneos. Em 1999, recebeu o Prêmio Vergílio Ferreira, prêmio que contempla o conjunto da obra de escritores de língua portuguesa, e em 2013 foi homenageado com o Prêmio Camões, concedido pelos governos português e brasileiro.


Mia Couto representa na fala de seus personagens os dialetos da região de Moçambique, utilizando um vocabulário característico desta região africana.
Couto escreve poesia, contos e crônicas, mas é mais conhecido pelo seu trabalho com o gênero romance, dentre os quais se destacam Terra Sonâmbula (1992), O Último Voo do Flamingo (2000), Um Rio Chamado Tempo, uma Casa Chamada Terra (2002) e A Confissão da Leoa (2012).

Samora Machel, líder da Guerra de Independência de Moçambique


Terra Sonâmbula foi o romance de estréia de Mia Couto e um de seus mais aclamados trabalhos. Ele retrata o período pós-independência de Moçambique após a Luta Armada de Libertação Nacional entre a FRELIMO (Frente de Libertação de Moçambique) e as Forças Aéreas de Portugal. Este conflito durou dez anos, de 1964 a 1974, e Moçambique alcançou sua independência de Portugal em 25 de junho de 1975, após mais de 450 anos de dominação portuguesa.


No livro de Couto, conhecemos o velho Tuahir e o menino Mundinga em um cenário devastador pós-guerra. Eles se tornam companheiros de viagem à procura dos verdadeiros pais de Mundinga, passando por áreas destruídas pelo conflito armado, até que encontram um ônibus incendiado, ainda cheio de cadáveres carbonizados. Dentro deste ônibus, Mundinga encontra dentro de uma mala o diário de um menino chamado Kindzu, morto na guerra.

É aí que Mundinga começa a ler o diário de Kindzu, uma parte toda noite, e conta as histórias do menino guardadas neste diário ao velho Tuahir. É o poder da imaginação e da história que faz o velho e o menino esquecerem um pouco as dores da guerra. A trajetória de Mundinga e Tuahir é entrelaçada, então, com as histórias do diário de Kindzu.


Cartaz do filme de 2007
Mia Couto é o escritor moçambicano mais traduzido atualmente e Terra Sonâmbula foi considerado um dos dez melhores livros africanos do século XX. Ele também foi adaptado para o cinema em 2007 em uma co-produção portuguesa e moçambicana, mas ainda não tive a oportunidade de assisti-lo.

Com certeza vale a leitura, até mesmo para nos familiarizarmos com realidades diferentes da nossa e que nos parecem tão distantes, como a vida de um menino africano durante o pós-guerra moçambicano. Parece-nos uma cultura tão distinta da nossa, no entanto partilhamos da mesma língua, a língua portuguesa. É um dos motivos para nos aproximarmos mais da história desse país do outro lado do Oceano Atlântico.

Boas leituras, um ótimo sábado e boa viagem à Àfrica!

Fernanda


sexta-feira, 27 de março de 2015

"Inocência", Visconde de Taunay

Bom dia, pessoal!

Hoje resolvi escrever para vocês sobre um livro do movimento regionalista da Literatura Brasileira, que retrata o sertão sul-mato-grossense. Este livro foi publicado em 1872, fase já de decadência do Romantismo no Brasil e período de transição para o Naturalismo, movimento que via o ser humano como produto do meio em que vive.
Eu falo de Inocência, livro escrito por Alfredo d'Escragnolle Taunay, que recebeu o título de Visconde de
Visconde de Taunay
Taunay do Imperador D. Pedro II no dia 6 de setembro de 1889, meses antes da Proclamação da República, que elimina títulos nobiliárquicos, como o de Visconde.

Taunay foi um grande estudioso no seu tempo e apreciava as tendências francesas na literatura. Ele procurava promover a arte brasileira no exterior, principalmente em Paris, onde morou.

Inocência, título do livro, dá também nome à protagonista, uma jovem muito bonita que mora com seu pai, Pereira, em uma fazenda no Sertão de Santana do Parnaíba. Seu pai a protege de tudo e de todos e exige dela plena obediência. Inocência está prometida para casar com Manecão, um homem bruto do sertão. No entanto, um dia Inocência adoece e quem vem curá-la é um estudante de Farmácia de Ouro Preto que se diz médico, Cirino. Cirino de fato cura Inocência e se apaixona por ela, mas sabe que seu amor nunca será permitido pelo Sr. Pereira.

Certo dia, o Sr. Pereira recebe uma visita inusitada, é o Dr. Meyer, um naturalista alemão, e seu criado, que diz conhecer o irmão de Pereira. Pereira os convida para ficar em sua casa, juntamente com o jovem Cirino. O Dr. Meyer estuda insetos e está em busca de novas espécies no sertão. O doutor alemão passa a fazer elogios à filha do Sr. Pereira, o que o deixa desconfiado. O fazendeiro, então, incumbe o anão Tico de vigiar o Dr. Meyer e Inocência, porém ele não sabe que o verdadeiro perigo está no coração de outra pessoa.

Inocência é, muitas vezes, comparado à tragédia de William Shakespeare, Romeu e Julieta por tratar de um amor impossível. Alguns o chamam de Romeu e Julieta sertanejo.

Romeu e Julieta
O interessante deste livro de Tauney é que cada um dos 30 capítulos se inicia com citações de grandes autores da literatura, como o próprio Shakespeare, Goethe, Rousseau, Cervantes, Scott, entre outros, que influenciaram a produção do Visconde. Além disso, essas citações comprovam o quão vasto era o conhecimento intelectual de Taunay.

O último capítulo inicia-se com um fragmento de Henrique V, de Shakespeare:

"Então contados os grãos de areia que
compõem a minha vida. É aqui que devo
tomar. É aqui que ela há de acabar".

Essa trágica e romântica história de Taunay é considerada sua obra-prima. Além de Inocência, Taunay também escreveu A Retirada da Laguna (1869), escrito em francês, baseado em sua participação na Guerra do Paraguai; Ouro Sobre Azul (1875) e Amélia Smith (1886).
Alfredo Taunay morreu no dia 25 de janeiro de 1899, vítima de diabetes, aos 55 anos.

Ótimas leituras e uma ótima sexta-feira!

Fernanda

quinta-feira, 26 de março de 2015

"A Noiva Chega a Yellow Sky", Stephen Crane

Olá, pessoal!

Ultimamente tenho lido muitos contos e tenho gostado cada vez mais desse gênero literário. É uma leitura para se ler de uma vez só: em uma tarde, antes de dormir ou em uma manhã de domingo, por exemplo. São histórias curtas, mas densas, que nos fazem pensar. Por vezes, passamos mais tempo refletindo sobre o conto do que o lendo! E é aí que está a magia do conto, que nos contagia! Agora que comecei a ler contos, não paro mais. Além do mais, é uma ótima maneira de conhecer o estilo de escrita de vários escritores em um menor espaço de tempo.

Stephen Crane em 1899, um ano antes de sua morte
O contista sobre o qual resolvi escrever hoje é um autor que eu desconhecia, passei a conhecer seu trabalho em uma antologia de contos. Trata-se do norte-americano Stephen Crane, nascido em 1 de novembro de 1871 e morto vítima de tuberculose aos 28 anos, em 5 de junho de 1900.
Crane começou a escrever muito cedo, aos 8 anos de idade, e durante sua curta vida escreveu contos, romances e poemas. Também trabalhou como jornalista em Cuba e na Grécia.

Ele é considerado por muitos um dos escritores mais inovadores de seu tempo, participou do movimento Realista na Literatura e tinha como principal tema a dicotomia ideal x real, além de temas relacionados a guerras. Dentre sua obra, destaca-se o romance A glória de um covarde: um episódio da Guerra Civil americana (1895) sobre a Guerra da Secessão nos Estados Unidos.


O conto A Noiva Chega a Yellow Sky é um de seus mais famosos, publicado pela primeira vez em 1898 na revista McClure's Magazine. Este é um de seus contos considerado literatura western, ou de faroeste. Nele, acompanhamos o xerife do Texas Jack Potter quando ele retorna à cidade de Yellow Sky em um trem, com sua recém-esposa, vinda do leste. À medida que Potter se aproxima da cidade de destino, ele fica mais nervoso, pois não havia comunicado ninguém sobre seu casamento. Quando finalmente chega, ele encontra o bêbado Scratchy Wilson, que o ameaça com uma arma.

É claro que não vou contar o desfecho dessa trama, fica a cargo de você, leitor, descobrir. O que eu achei interessante neste conto é que ele é dividido em quatro partes, cada uma focando nos pensamentos de um personagem. Na primeira, temos acesso à mente do casal; no segundo acompanhamos o pessoal que está dentro do bar e descobre que Scratchy Wilson está em busca de briga e trancam as portas do estabelecimento com medo do vândalo; no terceiro entramos na mente do bêbado que vai atrás do xerife Potter; e no último voltamos ao casal.







Quem gosta de confrontos do faroeste vai gostar deste e de outras produções de Stephen Crane.
Preparar, apontar e... BANG BANG!

Boas leituras!
Fernanda

quarta-feira, 25 de março de 2015

"A Volta do Parafuso", Henry James

Boa tarde, pessoal!

Hoje resolvi escrever sobre um livro que vai mudar a sua vida como leitor. E eu falo sério, sem exageros. Trata-se do incrível A Volta do Parafuso (1898), também já a versão A Outra Volta do Parafuso em outras traduções, do escritor norte-americano Henry James. Sabe aquele tipo de leitura que te prende do primeiro parágrafo ao ponto final e, ainda, depois de terminada te deixa pensando por horas e horas? Este é o livro! E, para ser sincera, já li esse livro faz alguns anos e de vez em quando ainda me pego pensando nesta história.
Henry James conta mesmo uma trama de arrepiar! A Volta do Parafuso, ou The Turn of the Screw no original, é, na maior parte, contada pela governanta da casa em Bly, recém contratada pelo dono da propriedade que ficou encarregado de cuidar de seu sobrinho e sobrinha após a morte de seus pais. A governanta, então, passa a cuidar dessas crianças, Miles e Flora, e recebe ordens estritas do seu patrão para não incomodá-lo em qualquer ocasião.
Logo, a nova governanta descobre que sua predecessora, Miss Jessel, havia sido morta, além do rapaz com quem estava se relacionando, Peter Quint. A nova governanta descobre que os dois mortos haviam sido muito próximos das crianças e se incomoda com esse fato, ainda mais quando ela passa a ver, o que parece, fantasmas desses dois criados pela propriedade. O curioso é que ninguém mais parece notar a presença desses seres sobrenaturais, a não ser as próprias crianças.

Fruto da loucura da governanta ou, de fato, um evento sobrenatural, os acontecimentos na casa de Bly levam até o próprio leitor a hesitar. Este é um enredo puramente fantástico e é aí que mora a sua genialidade, pois diversas interpretações são possíveis e nenhuma é confirmada, assim como o famoso caso de Bentinho e Capitu na Literatura Brasileira.

Henry James nasceu em Nova York em 15 de abril de 1843, naturalizou-se britânico em 1915 e morreu um ano depois em Londres, aos 72 anos. Além de escritor de ficção, James foi também um proeminente crítico literário.

Henry James
James estudou Direito na Universidade de Harvard, porém decidiu largar os estudos jurídicos para se dedicar à literatura. Durante um ano viveu em Paris, onde conheceu os famosos membros do círculo de Flaubert: Guy de Maupassant, Émile Zola eAlphonse Daudet.

Entre suas principais obras estão Retrato de uma Senhora (1881), Pelos Olhos de Maisie (1897) e A Taça de Ouro (1904).


A Volta do Parafuso e seu envolvente mistério continua a atrair leitores e admiradores década após década. Esta obra de James já foi adaptada para o cinema diversas vezes, destacando-se o filme Os Inocentes, de 1961, dirigido por Jack Clayton e com Deborah Kerr no papel da governanta; e o mais recente, produzido pela BBC em 2009, com Michelle Dockerey (a Lady Mary de Downton Abbey) interpretando a governanta. Ainda não assisti este de 2009, mas quero muito conferir!

Filme de 1961

Filme de 2009

Uma ótima quarta-feira a todos e boas leituras!

Fernanda

terça-feira, 24 de março de 2015

"O Milionário Modelo", Oscar Wilde

Bom dia, pessoal!

Hoje resolvi escrever para vocês sobre Oscar Fingal O'Flahertie Wills Wilde. Nunca ouviram falar? É que ele é mais conhecido como Oscar Wilde. Agora sim, né? O grande escritor irlandês do século XIX.
Wilde nasce em Dublin em 16 de outubro de 1854 e morreu em Paris em 30 de novembro de 1900.

O irreverente Oscar Wilde
Ainda jovem, Wilde foi morar em Londres, onde passou a ter uma vida boêmia e extravagante. Apesar de ter casado com a inglesa Constance Lloyd, com quem teve dois filhos, Wilde tinha mantinha relações com outros homens. Por isso, foi condenado a dois anos de prisão com trabalho forçado em 1895. O motivo: indecência e falta de decoro. Na época, homossexualismo era um crime. Depois de preso, sua produção literária caiu drasticamente. Oscar Wilde saiu da prisão em 1897 e morreu três anos depois de meningite aguda. 

Sua obra literária é bastante vasta, Wilde escreveu contos, contos infantis, peças de teatro, novelas e apenas um romance, o célebre O Retrato de Dorian Gray (1891).

Dentre seus contos, resolvi escrever sobre O Milionário Modelo, ou The Model Millionaire no original. Este conto foi publicado pela primeira vez no jornal The World em junho de 1887, e, em 1891, foi publicado em formato de livro na antologia O crime de Lord Arthur Saville e Outras Histórias.

O conto foca no personagem Hugh, um rapaz charmoso, mas sem dinheiro e que, por isso, não pode casar com sua amada, Laura Merton, pois seu pai, o Coronel, exige que seu pretendente tenha uma renda de dez mil libras por ano. Desanimado, Hugh visita seu amigo artista, Alan Trevor, que está dando os últimos retoques em uma pintura de um mendigo. O próprio mendigo está ali no estúdio posando para o quadro, vestido de trapos e com uma aparência miserável. Com pena, Hugh dá a única moeda que tem para o pobre velho. Qual é a sua surpresa, então, quando, mais tarde, seu amigo Alan lhe diz que o velho é, na verdade, o Barão Hausberg, um dos homens mais ricos da Europa, que havia encomendado uma pintura sua vestido de mendigo! Hugh se sente um tolo por ter lhe dado uma moeda, da qual certamente não teria necessidade alguma, mas sua sorte acaba mudando para melhor.

Este é um conto muito divertido e irreverente, bem o estilo do também irreverente Oscar Wilde. O personagem Alan Trevor é simplesmente maravilhoso, dei muitas risadas com ele!

Espero que vocês leiam o conto e se divirtam com o milionário modelo ou modelo milionário (está aí a ambiguidade do título!). E lembrem-se: não julguem pelas aparências.


Boa terça-feira a todos!

Beijos,
Fernanda

segunda-feira, 23 de março de 2015

"O Ladrão de Cadáveres", Robert Louis Stevenson

Olá, pessoal!

Esta segunda-feira nublada me deixou com vontade de escrever sobre uma história de arrepiar de Robert Louis Stevenson, O Ladrão de Cadáveres, ou The Body Snatcher no original, publicado pela primeira vez no especial de Natal da revista literária Pall Mall, em dezembro de 1884.

Em O Ladrão de Cadáveres, conhecemos a história de Fettes, um escocês bem instruído, mas que anda sempre bêbado e se encontra todos os dias com outros quatro homens na estalagem de George. Em uma dessas noites, a estalagem recebe a visita de um médico importante de Londres, Wolfe Macfarlane, devido a um hóspede doente. Quando Fettes ouve o nome deste médico, ele fica pálido e sóbrio de repente. A curiosidade dos outros quatro é aguçada e eles se esforçam para descobrir a conexão destes dois homens.


Eis que Fettes e Macfarlane eram colegas do curso de Medicina do Dr. K... (cujo nome inteiro não é revelado), onde estudavam anatomia, dissecando corpos. Fettes e Macfarlane se destacam no grupo e passam a ser assistentes do renomado professor e Fettes passa a ser o responsável por receber os cadáveres quase todos os dias antes do amanhecer.

Conforme o tempo passa, Fettes percebe que os corpos que chegam a ele estão cada vez mais frescos e jovens, até que ele reconhece uma das mulheres, a qual ele havia visto com vida e alegre apenas um dia antes. É aí que ele descobre que os corpos que eram entregues ao Professor K... eram, na verdade, assassinados, e Macfarlane era conivente com isso. Sem escapatória, Fettes é obrigado a dar continuação ao maquiavélico plano do Dr. K... para poder salvar sua própria pele.
Então, em uma noite, quando Fettes e Macfarlane, devido à falta de cadáveres no laboratório, são encarregados de desenterrarem um corpo em um cemitério da área rural, eles levam o maior susto de suas vidas.

Ficaram curiosos? Eu recomendo a leitura deste conto de Stevenson, que nos prende da primeira à última página.

Dr. Robert Knox
É dito que esta história de Stevenson foi, na verdade, baseada em fatos reais, nos assassinatos encomendados pelo anatomista Dr. Robert Knox (lembrando que o personagem de Stevenson é identificado apenas como K...). Devido à falta de cadáveres para dissecação e estudo, Dr. Knox encarregava os imigrantes William Burke e seu cúmplice, William Hare, a roubar cadáveres. Eles venderam 16 corpos ao renomado doutor. Este caso ficou conhecido mundialmente na época (1828). No entanto, em seu julgamento, Burke afirmou que Knox não sabia da procedência dos cadáveres comprados.
Burke foi sentenciado à morte, e Hare e Knox foram liberados, para o ultraje da população.

Robert Louis Stevenson foi um escritor escocês, nascido em 13 de novembro de 1850 em Edimburgo e morto em 3 de dezembro de 1894, aos 44 anos, vítima de uma hemorragia cerebral, quando escrevia sua obra-prima inacabada Weir of Hermiston.

Robert Louis Stevenson

Stevenson é um dos maiores nomes da literatura em língua inglesa, escreveu contos, poemas, novelas e romances, como os célebres A Ilha do Tesouro (1883), O Médico e o Monstro (1886) e As Aventuras de David Balfour (1884-1887).  Stevenson está entre os autores mais traduzidos do mundo todo.

Ótimas e leituras e uma ótima segunda-feira a todos!

Beijos,
Fernanda

domingo, 22 de março de 2015

"Felicidade Clandestina", Clarice Lispector

Bom dia a todos!

Nesta manhã de domingo, resolvi escrever sobre uma das grandes contistas brasileiras, um dos maiores nomes da Literatura Brasileira do século XX, a incrível Clarice Lispector.
Clarice, na verdade, nasceu na Ucrânia em 10 de dezembro de 1920, mas veio morar no Brasil com apenas dois anos de idade, onde se naturalizou brasileira. Sua família era judaica e com a Guerra Civil Russa e a perseguição aos judeus, teve que buscar uma vida nova no continente americano. No Brasil, Clarice morou em Maceió, Recife e Rio de Janeiro, onde morreu no dia 10 de dezembro de 1977, um dia antes de completar 57 anos. No entanto, quando era questionada sobre sua naturalidade, Clarice se declarava pernambucana.
Clarice Lispector
A obra de Clarice Lispector foca em cenas do cotidiano que levam os personagens e refletir e questionar suas crenças e sua própria existência, levando-os a ter epifanias, característica do movimento modernista na literatura, do qual fez parte. Portanto, era natural que sua obra fosse comparado com a de escritores modernistas europeus, como Virginia Woolf, Marcel Proust e James Joyce. No entanto, Clarice ficou irritada com tal comparação, disse que não sofreu influência desses escritores e que nunca os havia lido.

Clarice também trabalhou como tradutora, inclusive traduziu para o português o romance de Anne Rice, Entrevista com o Vampiro, sobre o qual escrevi ontem. Clarice sabia falar sete línguas: português, inglês, francês e espanhol, fluentemente, hebraico e iídiche, com certa fluência, e russo, com pouca fluência ainda resquício de sua infância.
Entre suas principais obras estão os romances Perto do Coração Selvagem (1943), seu romance de estréia, A paixão segundo G.H. (1964) e Água Viva (1973), além de livros de contos e crônicas.

O texto sobre o qual decidi escrever para vocês hoje é um conto, intitulado Felicidade Clandestina, que foi publicado no livro de mesmo nome em 1971, que reúne 25 contos.
Este é um conto bem curtinho e adorável. Trata-se da história de uma garota que tem como colega de sala de aula uma menina filha de um dono de livraria. Esta menina, no entanto, era cruel e não aproveitava em nada os livros que estavam ao seu dispor, tão facilmente. A narradora, quando sabe que a menina acaba de ganhar o livro As Reinações de Narizinho, de Monteiro Lobato, o pede emprestado à menina. Ela diz para que passe em sua casa no dia seguinte que ela lhe emprestará o tão desejado livro.
No dia seguinte, lá está a pobre garota na casa da menina cruel para buscar o livro, mas a dona lhe diz que o livro já foi emprestado e para que volte no dia seguinte. Assim a garota volta no dia seguinte, e no próximo, e no próximo, até que a mãe da menina cruel pede para saber o que está acontecendo e quando descobre que sua filha, que nem dá valor ao livro recebido, recusa emprestá-lo à colega, ela entrega o exemplar de Monteiro Lobato imediatamente para a garota, para que fique o tempo que desejar. E assim termina o conto de Clarice: "Não era mais uma menina com um livro: era uma mulher com o seu amante".

Eu adoro esse conto de Clarice, pois me identifico muito com a narradora, no sentido de que não me conformo com a ideia de que tantas pessoas não dão valor a um livro e às aventuras que ele nos leva. Assim como a personagem de Clarice, eu, quando compro ou recebo um livro novo, saio com o livro apertado contra o peito, como algo de imenso valor, pelo qual nutro uma intensa paixão.

Os amantes da literatura creio que irão concordar comigo. Leiam o conto de Clarice e sintam na pele de outro personagem esse amor pelos livros.


Boas leituras e ótimo domingo!

Beijos,
Fernanda

sábado, 21 de março de 2015

"Entrevista com o Vampiro", Anne Rice

Olá, pessoal!

Trago uma sugestão sangrenta e sedutora para o sábado de hoje, o clássico da literatura vampiresca Entrevista com o Vampiro, o primeiro livro da escritora norte-americana Anne Rice, publicado em 1976. Este é o primeiro volume das Crônicas Vampirescas, composto até o momento de onze títulos, sendo o último lançado no ano passado: Entrevista com o Vampiro (1976), O Vampiro Lestat (1985), A Rainha dos Condenados (1988), O Ladrão de Corpos (1992), Memnoch, o Demônio (1995), O Vampiro Armand (1998), Merrick (2000), Sangue e Ouro (2001), A Fazenda Blackwood (2002), Cântico de Sangue (2003) e O Príncipe Lestat (2014).

Em Entrevista com o Vampiro, Louis, um vampiro de duzentos anos, conta a sua trajetória de vida a uma repórter, que grava a entrevista. No início a narrativa é mais lenta, pois Louis conta sua vida como proprietário de uma plantação em Nova Orleans, a morte de seu irmão e como veio a tornar-se um vampiro, mordido pelo charmoso vampiro Lestat. É então que a história fica interessante, quando Louis e Lestat passam a viver juntos e criam um novo vampiro, um novo membro à sua família, a vampira-criança Claudia, que é, realmente, um personagem sinistro. Dizem que Rice criou essa personagem após a morte de sua filha mais nova, Michelle.

Os vampiros Louis, Lestat e Claudia
Porém, na minha opinião, a história fica ainda melhor quando Louis e Claudia vão para o Velho Mundo em busca de respostas sobre suas identidades de vampiro. Eles passam pelo Leste Europeu e depois seguem para Paris, onde encontram um grupo de vampiros no Thêatre des Vampires, onde conhecem o instigante vampiro ruivo Armand.

Ao final do livro, Louis termina sua entrevista com o repórter e deixa um gancho para a próxima crônica vampiresca, que estou louca para ler!

Anne Rice

Anne Rice nasceu em Nova Orleans em 1941. Seu verdadeiro nome é Howard Allen O'Brien, porém ela mesma escolheu o nome Anne quando estava no colégio. Ela é mais conhecida em sua carreira literária por sua produção em ficcção gótica e já vendeu mais de 100 milhões de livros, sendo uma das escritoras norte-americanas mais populares.


Entrevista com o Vampiro foi adaptado para o cinema em 1994 com Brad Pitt no papel de Louis, Tom Cruise como Lestat, Kirsten Dunst como Claudia e Antonio Banderas como Armand. Eu ainda não tive a oportunidade de assistir a esse filme, mas a pipoca já está preparada para hoje à noite!















Boa leitura e protejam seus pescoços ao entardecer!

Beijos,

Fernanda