domingo, 10 de julho de 2016

"A Batalha das Rainhas", Jean Plaidy

Boa tarde, queridos leitores!

Eu continuo a jornada de leituras da fantástica saga Plantageneta em 14 volumes da escritora inglesa Jean Plaidy. Em uma das primeiras resenhas que fiz sobre esta série de livros, havia identificado como ponto negativo o fato de a autora apresentar uma narrativa muito rápida: muitos eventos acontecem em poucas páginas, por isso o leitor poderia se sentir sobrecarregado com a quantidade de informações. Porém, agora que já me acostumei com o ritmo da autora, vejo isto como um dos pontos positivos da saga de Plaidy, pois ela cobre muitos anos em apenas um volume de modo a proporcionar uma visão panorâmica da vida dos primeiros monarcas da Inglaterra.


A saga de Jean Plaidy
O quinto volume, por exemplo, inicia em 1216 e termina em 1246. Certos detalhes são inevitavelmente deixados de lado, mas o resultado final é uma belíssima reconstrução do período da dinastia Plantageneta, que iniciou em 1154 com Henrique II, e terminou em 1399 com o final do reinado de Ricardo II. Os livros de Plaidy, porém, não são livros de história, mas romances históricos, que buscam nestas personalidades reais inspirações para sua reconstrução como personagens de ficção, com seus desejos, ambições, romances, vinganças, enfim... tudo o que uma boa história precisa! E o mais interessante é saber que estes personagens de fato existiram! É a mistura de entretimento e instrução. Eu acho simplesmente maravilhoso!




Os 14 volumes da saga, em ordem cronológica, são:

- "Prelúdio de Sangue" - resenha aqui;
- "O Crepúsculo da Águia" - resenha aqui;
- "O Coração de Leão" - resenha aqui;
- "O Príncipe das Trevas" - resenha aqui;
- "A Batalha das Rainhas";
- "A Rainha de Provence";
- "Eduardo I";
- "As Loucuras do Rei";
- "O Juramento do Rei";
- "Passagem para Pontefract";
- "A Estrela de Lancaster";
- "Epitáfio para Três Mulheres";
- "A Rosa Vermelha de Anjou";
- "Sol em Esplendor".


O volume 5, "A Batalha das Rainhas", inicia a partir da morte do Rei João, o "príncipe das trevas". O Rei João não foi um rei popular. Pelo contrário, sua perda dos territórios continentais ingleses para a coroa francesa, a contratação de um exército de mercenários, a nomeação de estrangeiros para cargos políticos importantes, sua briga com o Papa que resultou na sua excomunhão e no Interdito para a Inglaterra, e sua tirania levaram os barões ingleses a se rebelarem contra o seu próprio rei e a se juntarem ao príncipe francês, que logo se tornou Luís VIII, no seu ataque à Inglaterra.

O destino, porém, interveio a favor da Inglaterra: o Rei João acabou morrendo devido a complicações de uma séria disenteria. Às pressas, o filho mais velho de João com Isabela de Angoulême, Henrique, que tinha apenas 9 anos na época, foi coroado Henrique III em 1216 (neste ano, comemoramos 800 anos da coroação de Henrique III!). Os nobres ingleses, que estavam insatisfeitos com João, nada tinham contra o jovem Henrique. Portanto, voltaram para a Inglaterra e as expedições do príncipe francês para conquistar a Inglaterra fracassaram.

Henrique III da Inglaterra

Como Henrique ainda era muito jovem para reinar sozinho, ele teve a ajuda de sua mãe, a rainha Isabela de Angoulême, considerada a mulher mais bela da época, e dos cavaleiros Guilherme Marechal e Hubert de Burgh (o mesmo que se negou a cegar o príncipe Arthur com ferros quentes durante o reinado do Rei João!).

Do outro lado do Canal da Mancha, Luís VIII e sua esposa Blanche de Castela tiveram sete filhos que sobreviveram, incluindo o primogênito (depois da morte de Filipe) Luís. O destino também levou Luís VIII cedo, deixando o pequeno Luís, com apenas 12 anos, para ser coroado Luís IX em 1226 (Luís IX foi mais tarde canonizado São Luís IX da França). Como Luís também era novo demais, sua mãe, a rainha Blanche, auxiliou-o ativamente durante os primeiros anos do seu reinado.

Luís IX da França

Isabela e Blanche, as rainhas-mães da Inglaterra e França respectivamente, foram mulheres à frente do seu tempo, sem  medo de enfrentar reis e políticos, e capazes de tudo para manter - e aumentar - o seu poder. É esta a "batalha das rainhas", a principal trama que dá título ao livro.


Blanche de Castela
Isabela de Angoulême


O próximo volume também vai ser dominado por outra figura feminina: Eleanor, esposa de Henrique III, a "rainha de Provence"! A saga dos monarcas ingleses continua!



Jean Plaidy quando jovem
Jean Plaidy (1906-1993) - um dos pseudônimos de Eleanor Hibbert - foi mesmo uma autora prolífica e de um invejável repertório histórico-cultural. Durante sua vida, ela escreveu mais de 200 livros e vendeu mais de 100 milhões de cópias, traduzidos para mais de vinte línguas! Plaidy escreveu várias sagas de romances históricos, incluindo a série de 14 romances sobre a dinastia Plantageneta, 11 volumes da saga Tudor, 7 volumes da saga Stuart, e 11 volumes da série Rainhas da Inglaterra. Plaidy era uma escritora de fôlego! Escrevia cinco horas por dia, durante os sete dias da semana. Ela era muito disciplinada e não parava de escrever até mesmo durante as suas férias anuais em cruzeiros marítimos. Sua dedicação com certeza se reflete na sua escrita requintada. Entre seus principais ídolos e influências literárias estão Charlotte Brontë, Victor Hugo, George Eliot, Charles Dickens e Leo Tolstói.

Quem ainda não conhece o trabalho de Jean Plaidy, fica aqui a minha recomendação!

Um ótimo domingo a todos e, é claro, ótimas leituras!

Fernanda

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