Hoje, nesta sexta-feira, resolvi instigar a capacidade leitora de vocês com um conto nada tradicional do escritor argentino Julio Cortázar.
Julio Cortázar |
Julio Cortázar é considerado um dos maiores escritores argentinos e um dos mais inovadores do seu tempo. Sua especialidade literária é o conto, sendo comparado a outros mestres como Jorge Luis Borges e Edgar Allan Poe. Cortázar rompe com as características tradicionais do conto com narrações não-lineares e personagens desenvolvidos psicologicamente. Ele é um dos escritores que desenvolveram o movimento chamado Realismo Mágico, uma resposta latino-americana à Literatura Fantástica na Europa.
Carta a uma senhorita em Paris, publicado em seu primeiro livro de contos Bestiário (1951), é mesmo um conto fantástico, e põe fantástico nisso! Como o título sugere, o conto é escrito em formato de carta, endereçado a uma senhorita que está passando uma temporada em Paris e deixou seu apartamento na Rua Suipacha em Buenos Aires aos cuidados do narrador, que não se sabe se trata-se de um homem ou uma mulher. O narrador tem a responsabilidade, então, de zelar pelo apartamento da senhorita. No entanto, algo estranho lhe acomete: ele vomita coelhinhos brancos! O narrador, contudo, não vê este fato como algo absurdo ou estranho. Pelo contrário, ele o vê como algo extremamente possível de acontecer. Tal situação, no entanto, não deixa de ser um fardo para ele e para sua tarefa de zelador do apartamento.
Ler Cortázar é mesmo uma viagem interessantíssima! Durante a leitura, nos perguntamos se estamos mesmo entendendo o texto, se é aquilo mesmo que está escrito, se o narrador vomita mesmo coelhos!
A relação entre a realidade e o absurdo está presente no conto inteiro, é o realismo mágico de Cortázar!
Desafie-se como leitor e não deixe de ler este conto de Julio Cortázar!
Boa sexta-feira a todos!
Fernanda
Na realidade, é possível sim saber que o narrador é homem, isto porque em algumas partes ele utiliza de termos masculinos, como na página 29 "estendido no sofá".
ResponderExcluirOi Fernanda, que prazer conhecer alguém que ama Cortázar. Em Cronopios e Famas somos surpreendidos pelo surreal e simbolismos incrivelmente intrínsecos no ser humano!
ResponderExcluirMe parece uma carta suicida endereçada a uma pessoa que ele teve um relacionamento...
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