quinta-feira, 9 de abril de 2015

"O Imortal Mortal", Mary Shelley

Bom dia, pessoal!

Hoje escrevo para vocês sobre uma autora que há muito tempo quero ler: a filha da incomparável feminista que eu admiro muito, Mary Wollstonecraft, e criadora de uma das mais famosas histórias góticas de todos os tempos: Mary Shelley.

Mary Shelley
Shelley é mundialmente conhecida pela sua obra Frankenstein, de 1818, mas não é sobre ela que escrevo hoje. Além de romances, Mary Shelley também escreveu muitos contos, principalmente no período entre 1820 e 1830.

Mary nasceu em 30 de agosto de 1797 em Londres e morreu em 1 de fevereiro de 1851 aos 53 anos, provavelmente vítima de um tumor cerebral. Ela foi a segunda esposa do grande poeta romântico Percy Shelley, o qual encorajava as incursões de Mary pelo mundo das palavras.

Percy Shelley
Os contos de Shelley geralmente tratam de temas como a fragilidade da identidade individual e como o papel de uma pessoa no mundo pode ser radicalmente abalado por um conflito emocional interno, às vezes representado por uma ocorrência sobrenatural.

O conto que li esta semana, e que simplesmente amei, é O Imortal Mortal, escrito em 1833, que nos conta a história de Winzy, um rapaz pobre e apaixonado por Berta, uma garota pobre que havia sido adotada por uma protetora nobre, que a cobrira de jóias e sedas e a acolhera em seu castelo. Devido à disparidade social entre os dois, eles não poderiam se casar, a não ser que Winzy encontrasse alguma maneira de levantar uma fortuna. É aí que o protagonista se deixa levar pela tentadora oferta do misterioso alquimista Cornélio Agripa. Muitos o consideravam um praticante das artes do mal e, por isso, ninguém ousara aceitar a oferta de trabalhar com ele em seus estudos. Encorajado pelo dinheiro que lhe daria a mão de Berta, Winzy aceita o trabalho e por muito tempo não percebe nenhuma atividade maligna dos experimentos do velho alquimista.


Eis que um dia Cornélio estava trabalhando em um experimento muito importante, que o deixara acordado por dias a fio. Sem poder driblar o sono por mais tempo, Cornélio pede que seu assistente fique monitorando a poção enquanto ele tira um cochilo. Caso o líquido mudasse da cor rosa para uma tonalidade mais clara, ele deveria acordá-lo imediatamente. O velho ainda adverte: "Não toque no recipiente nem o coloque na boca; é um filtro, um filtro para curar o amor; você não cessaria de amar sua Berta. Atenção para não beber!"

O que o velho não sabia era que era justamente isso que Wenzy queria. Cansado dos jogos de indiferença de Berta, que havia sido prometida a outro rapaz, cuja união era abençoada por sua rica protetora, Wenzy pensou que a melhor saída para seu sofrimento era deixar de amar Berta. Neste instante, o líquido mágico muda de tonalidade e Wenzy, sem pensar, o toma nas mãos e engole metade de seu conteúdo, acordando o velho Cornélio que fica extremamente frustrado com o acontecimento.


O que a poção faz, contudo, não é eliminar o amor que uma pessoa sente. O destino de Wenzy é, dessa forma, terrivelmente modificado, pois ele se tornou imortal. A partir daí, Wenzy tem que aprender a lidar com o sofrimento ainda maior de uma alma mortal presa em um corpo imortal.

"Será que lamento? Sim, o medo da idade e da morte invade, frio, meu coração; e, quanto mais vivo, mais temo a morte, mesmo quando abomino a vida. Enigma assim é o homem - nascido para morrer - quando guerreia, como faço, contra as leis estabelecidas de sua natureza."

O elixir da imortalidade é um tema bastante recorrente na literatura ocidental, recuperado por diversos autores em diversas épocas. Acredito que isso se deve ao fascínio que esse tema exerce em nossa mente humana, sempre temendo a morte que é inevitável.


Esse texto de Shelley me cativou página após página e agora não vejo a hora de ler a sua obra-prima, Frankenstein.

Uma ótima quinta-feira a todos e boas leituras!

Fernanda


13 comentários:

  1. Oi Fernanda!
    Da Mary Shelley só li "Frankenstein" e gosto do livro.
    Anotei a dica de "O Imortal Mortal". Nunca tinha ouvido falar no conto, mas parece interessante.
    Beijos,
    alemdacontracapa.blogspot.com

    ResponderExcluir
  2. Oi Fernanda !
    *O* não sabia que ainda existia pessoas que gostasse de contos , ainda mais como esses antigos kkk' . Não curto muito , mas pela autora poderia dar uma chance .
    Beijos

    http://nossaspaixoesopsnossoslivros.blogspot.com.br

    ResponderExcluir
  3. Oiii.
    Ouvi muito sobre essa autora na faculdade, mas nunca li nenhuma obra dela.
    Fiquei curiosa para saber como desenrola esse conto *-*
    Está anotado aqui ;D

    Beijos ;*
    Proseando com uma BibliophileFacebook

    ResponderExcluir
  4. Oiee,
    olha só, já tinha ouvido falar dela, mas nunca li absolutamente nada o.o
    fiquei curiosa, qualquer dia vou procurar esse conto para ler =]

    beijos! :*
    http://www.amigadaleitora.com/

    ResponderExcluir
  5. Olá!
    Que conto maravilhoso! Gostei bastante, nunca tinha ouvido falar.
    Apesar de já ter assistido umas 100 versões de Frankenstein, nunca parei para ler o livro em si. Agora fiquei interessada e curiosa para saber como é a escrita da autora.
    Adorei o post!
    Beijos!

    www.livrosdajess.com

    ResponderExcluir
  6. Oi Fê!

    Não conhecia esse conto - você deve tá enjoando dessa minha frase, mas é que temos um gosto beeem diferente - confesso que não leria por medo do modo de escrita e tals, mas vendo a sua resenha, eu adorei esse conto!

    Agradeço pela resenha por me mostrar um pouco mais da escrita da autora ;D


    Beijinhos,
    www.entrechocolatesemusicas.com

    ResponderExcluir
  7. Embora seja de um genero que adoro nunca li Frankestein, por falta de oportunidade mesmo.
    Na verdade acho que nunca li nada da Mary Shelley, algo que preciso resolver urgentemente. E provavelmente começarei com esse conto, a forma com que você escreveu sua resenha aumentou muito minha curiosidade pela historia, quero muito saber o que acontece com o Wenzy

    Abraços
    http://des-construindooverbo.blogspot.com.br/

    ResponderExcluir
  8. Nossa, que conto incrível! Agora quem necessita ler O Imortal Mortal sou eu! Amo essa temática e estou curiosa sobre o que acontece com Wenzy.

    Beijinhos!
    www.citacaonumclick.com.br

    ResponderExcluir
  9. Oi Fernanda! Simplesmente adorei a resenha! Não sabia que era essa a escritora de Frankestein, e não conhecia a mãe dela também.
    Adorei a história de Imortal Mortal! Realmente, essa história do elixir da imortalidade é bastante batida, mas você já percebeu que de um jeito ou de outro, os autores sempre inovam isso? Muita criatividade mesmo!
    Fico pensando, quem poderia querer deixar de amar outro ser? Só se fosse muito pisoteada mesmo, para poder chegar a pensar na hipótese hahaha
    Vi que tu gostas destes contos e ate mesmo livros mais antigos, e isso me faz visitar muito teu blog (mesmo que nem sempre eu comente), para sempre conhecer mais destas histórias e me encantar por tua escrita!
    Beijos,
    http://www.entreleitores.com/

    ResponderExcluir
  10. Oiee...
    Mais uma vez me sinto envergonhada..kkkk... nunca sequer ouvi falar dessa autora!
    É uma vergonha, especialmente se considerarmos que eu ia fazer letras...
    Acho muito bacana essa sua iniciativa de escrever sobre clássicos.
    Beijos

    ResponderExcluir
  11. Oi Fernanda!
    Esse conto realmente me interessou, quero lê-lo o quanto antes! Imortalidade é um assunto que sempre me intriga!

    Beijos ♥
    Livros e blablablá

    ResponderExcluir
  12. Oi, Fernanda.
    Para começar, não sabia que Frankestein foi escrito por uma mulher. Isso tornou tudo mais legal.
    Adoro a ideia da imortalidade, acho que é um tópico bem legal para se falar em livros. Não conhecia a autora, mas esse conto me deixou curiosa. Fiquei intrigada para saber mais sobre os debates internos do Wenzy.

    Beijocas,
    http://www.segredosentreamigas.com.br/

    ResponderExcluir
  13. O tema do meu tcc é esse conto

    ResponderExcluir