quarta-feira, 8 de abril de 2015

"A Tempestade", Kate Chopin

Boa tarde, pessoal!

Hoje resolvi escrever pra vocês sobre uma escritora que não conhecia antes, conheci seu trabalho essa semana e já me encantei. Por enquanto, só li um conto da autora, sobre o qual escreverei aqui, mas estou animada a ler mais de sua produção.

Kate Chopin
Estou falando de Kate Chopin, uma escritora norte-americana de meados do século XIX que abalou as estruturas de seu tempo. Kate nasceu em St. Louis, Missouri, nos Estados Unidos em 8 de fevereiro de 1850 e morreu no mesmo local no dia 22 de agosto de 1904, aos 54 anos.
Chopin é considerada uma feminista pioneira e logo após a sua morte (é sempre assim, né?) foi reconhecida como um dos mais importantes escritores do seu tempo.

Kate Chopin e seus filhos em 1877
Em 1882, seu marido morreu deixando-a com uma dívida de mais de U$12,000, o que seria hoje equivalente a aproximadamente U$250,000. Deprimida e desesperada, seu médico a aconselhou que escrevesse como atividade terapêutica e olha no que deu, Chopin tornou-se uma grande escritora, principalmente de contos.

A Tempestade é um deles, escrito em 1898, mas apenas publicado após a morte de sua autora, em 1969. Este conto é, de certa maneira, uma continuação de outro conto escrito em 1892, At the Cadian Ball, onde os mesmos personagens aparecem. No entanto, A Tempestade acabou ficando mais conhecido.


Em A Tempestade, Calixta permanece em casa enquanto seu filho pequeno e seu marido saíram. Uma forte tempestade está se aproximando e os dois se preocupam com a segurança da mulher em casa. Ela, contudo, está bem e não se sente preocupada com a força da chuva. Então, um velho conhecido seu, Alcée, entre os quais havia existido uma paixão juvenil no passado, passa por ali e pede permissão para entrar para se proteger da chuva. Hesitante, Calixta concede pois não vê outra alternativa. Juntos, eles olham através da janela, relembram dos velhos tempos e uma fagulha de amor antigo reacende nos dois. Enquanto a tempestade pior lá fora, os dois se entregam ao amor que nunca tiveram. Assim que a chuva passa, Alcée vai embora e, logo depois, o marido e filho de Calixta voltam, trazendo-a de volta ao seu papel de dona de casa, esposa e mãe. Calixta está feliz em vê-los novamente e os três têm um ótimo jantar juntos e suas risadas podiam ser ouvidas por toda a cidade.


A maneira como Chopin trata do tema de sexualidade e desejo feminino era sem precedentes em sua época e podemos imaginar a polêmica que ele deve ter causado. A mulher não tinha o direito de sentir, apenas de cumprir suas obrigações como mantenedora do lar, cuidando e dando atenção a seu marido e filhos. A mulher não tinha liberdade para ter sentimentos próprios.

Esse é um conto bem curtinho, de apenas quatro páginas, dependendo da edição, e que vale muito a pena ser lido, ainda mais levando em consideração que ele foi escrito por uma mulher no final do século XIX na sociedade conservadora norte-americana.


Boas leituras e uma ótima quarta-feira a todos!

Fernanda

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