domingo, 3 de maio de 2015

"Meias de Seda", Kate Chopin

Bom dia, leitores queridos!

Kate Chopin
Trago para vocês neste domingo uma dica de um conto fantástico da escritora norte-americana Kate Chopin. Em outra publicação aqui no blog, escrevi sobre o seu conto Tempestade, de 1898. Hoje escrevo sobre um conto publicado um pouco antes, em 1897, publicado na revista Vogue. Chopin havia decidido publicar sua história nesta revista, pois ela retratava as mulheres e seus estilos de vida de uma maneira verdadeira e ousada. Chopin é considerada uma das precursoras do feminismo no início do século XX.

Em suas histórias, Chopin retrata as mulheres como seres independentes e individuais, que têm seus próprios desejos e necessidades, realçando a força da figura feminina.

Tal temática é bastante notável em Meias de Seda, que nos conta a história da Sra. Sommers, esposa e mãe de família humilde, que acaba por se ver em posse de 15 dólares. Na época, 15 dólares valiam muito mais do que valem hoje em dia, e Sra. Sommers passou dias e dias pensando em como gastaria aquele valioso dinheiro. Pensou em comprar roupas novas para os filhos, tecido para fazer um vestido para a filha, chapéus de marinheiro para os rapazes... estava feliz só de imaginar a felicidade dos seus filhos!

No dia seguinte, saiu para fazer as compras detalhadamente planejadas. Estava parada ao balcão de uma loja, esperando para ser atendida, quando sentiu algo muito macio em suas mãos. Era um par de meias de seda, tão suaves ao toque. E estavam em promoção, apenas U$1,98. Perguntou à atendente se havia um par do seu tamanho e escolheu um par de seda preta. Saiu da loja com as meias novas e seguiu para o provador para trocar suas meias surradas de algodão pelas meias recém-compradas imediatamente. Que sensação maravilhosa! Mas e os sapatos? Aqueles sapatos grosseiros não combinavam com a delicadeza da seda. Comprou, então, um par de botas negras e brilhantes, comprou luvas até o cotovelo, sentia-se outra mulher! Até sua atitude havia mudado, andava com mais confiança!



Seu estômago roncou e percebeu que não havia comido nada na hora do almoço. Dirigiu-se a um restaurante que sempre atraíra sua atenção. Estava temerosa de chamar a atenção por ser uma mulher humilde, mas suas roupas novas não deixavam transparecer. Comeu ostras, damascos, bebeu vinho e café preto. Saiu do restaurante, não queria que seu sonho acabasse. Foi ao teatro, riu e chorou ao lado de uma mulher elegantemente vestida e cheia de jóias. Assim que a peça acabou, subiu no bonde em direção à sua casa. Queria que ele nunca chegasse ao seu destino...


 Linda essa história, não? A história de uma mulher que encontra um breve momento de felicidade. Um momento só seu, como mulher, e não como esposa ou mãe. Um conto que, certamente, vale a pena ser lido! Tenho certeza de que muitos, especialmente mulheres, se identificarão com a personagem de Chopin.

Kate Chopin nasceu em 8 de fevereiro de 1850 em St. Louis, Missouri, nos Estados Unidos, e morreu no mesmo local 54 anos mais tarde, em 22 de agosto de 1904. Kate é uma escritora pouco conhecida no Brasil, mas cuja obra vale a pena ser descoberta.



Um bom domingo a todos e ótimas leituras!

Fernanda

4 comentários:

  1. Olá,
    Adorei a história do livro, é raro encontrar lugares em que a mulher não assume o papel de mãe ou esposa, encontrar a felicidade como MULHER, livre de qualquer outra coisa despertou minha curiosidade.
    Beijos.
    Memórias de Leitura - memorias-de-leitura.blogspot.com

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  2. Oii!

    Adoreei esse conto, um momento tão simples e tão unico para essa mulher que nos faz pensar como nosso dia é corrido e como não vamos em busca dos nossos momentos de paz né?
    Gostei mesmo!


    Beijinhos,
    www.entrechocolatesemusicas.com

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  3. Olá
    Parece bem interessante, mas confesso q não leio muitos livros e contos desse genero.... Mas acho q vale a pena arriscar né? kkkkk

    bjss

    http://nossaspaixoesopsnossoslivros.blogspot.com.br/

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  4. Já deu para perceber que você gosta bastante de contos haha
    Infelizmente esse conto não me cativou, não sei por que...

    Beijos ;*
    Proseando com uma BibliophileFacebookInstagramTwitter

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