terça-feira, 5 de maio de 2015

"Crê a moça minha amada (O Vampiro)", Heinrich August Ossenfelder

Bom dia, pessoal!

Hoje escrevo para vocês sobre um dos mais sedutores personagens da literatura ocidental, o charmoso vampiro. Essa criatura enigmática de dentes pontudos, pele perfeita e olhos hipnotizantes nos fascina há séculos, mas vocês sabem quando foi a sua primeira aparição em um contexto literário?

Eu me deparei com o livro Caninos: Antologia do Vampiro Literário, organizada por Bruno Berlendis de Carvalho, e me encantei pela premissa: acompanhar a representação do vampiro através da literatura desde os primórdios até os dias de hoje. Fascinante, não?

O vampiro é uma figura mítica que existe há muito tempo no imaginário popular, mas a primeira vez em que foi tema de criação literária foi em 1748, no poema Crê a moça minha amada (O vampiro), do alemão Heinrich August Ossenfelder. Ossenfelder não é muito conhecido nos dias de hoje e, infelizmente, muito do que ele escreveu se perdeu no tempo. Do que restou, este poema é o mais conhecido:

"Crê a moça minha amada,
Firme, austera e fielmente,
Nas lições ofertadas
Da mãe sempre devota;
Como a gente do Tisza
Crê em letais vampiros
Fielmente, feito heiduques.
Cristininha, ora, espera,
Pois me amar tu não queres;
De ti quero eu vingar-me;
E de um Tokayer, hoje,
Beber a um vampiro.
E, ao dormires suave,
Te sorver à formosa
Face a púrpura fresca.
Tu te assombrarás logo,
Quando for eu beijar-te,
Qual vampiro a beijar-te,
Então, quando tremeres
E mortiça em meus braços
Decaíres qual defunta,
Quererei perguntar-te:
Mi'as lições são melhores
Que as da boa mãe tua?"

(Tradução de Erick Ramalho)

Nele percebemos características do vampiro que vieram a se tornar obrigatórias em histórias vampirescas que se seguiram: o apelo sexual da criatura sobrenatural, a oposição entre a mãe, que representa o bem, e o vampiro, que representa o mal, as trevas; e, claro, o beijo do vampiro, que suga a vida da sua vítima.




Seu autor, Heinrich August Ossenfelder, nasceu em Dresden, cidade alemã,em 1725 e morreu em 1801, aos 76 anos. Ainda jovem, muda-se para a cidade de Leipzig, no leste alemão, onde haviam sido escritos tratados teóricos sobre a presença de vampiros na Alemanha. Tais escritos certamente instigaram Ossenfelder e influenciaram a criação de seu poema.



Para quem gosta de histórias de vampiro, a antologia Caninos vai, certamente, encantar! Esta é a primeira aparição do vampiro na literatura, mas ainda há muito mais por vir. Em breve, trago mais crônicas vampirescas para vocês!

 
Uma ótima terça-feira e não esqueçam de fechar bem as janelas antes de dormir!

Fernanda

4 comentários:

  1. Bem interessante, tem outros livros sobre o tema, não lembro agora para mencionar, mas esse pode ser o primeiro vampiro literário, mas descrições de criaturas parecidas vem de muitos séculos antes. Muito interessante!

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  2. Nossa, me despertou a curiosidade!

    http://blogsubmersoempalavras.blogspot.com.br/

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  3. Olá Fernanda! Que bacana esta informação. Não leio muito histórias de Vampiro, mas informações são informações né!?

    Abraço!
    www.pensamentosvalemouro.com.br

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  4. Oiee, tudo bem? Já estou seguindo o blog e adorei a postagem!!! Sou um amante dos vampiros, as minhas histórias preferidas são as que possuem vampiros e lobisomens, estes dois seres são os meus preferidos hahaha, Abraços.

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