domingo, 13 de dezembro de 2015

"Ivanhoé", Walter Scott

Bom dia, queridos leitores!

Neste domingo de férias, nada melhor do que relaxar a mente das preocupações do ano e colocar a leitura em dia, não? Eu já fiz minha seleção de livros para essas férias de verão, e aos poucos vou contando aqui as minhas impressões sobre cada uma dessas leituras!

Sir Walter Scott
Um livro que li no último mês e que me encantou foi Ivanhoé, do escocês Walter Scott. Quem acompanha o blog sabe que eu sou apaixonada por romances históricos e Scott foi quem primeiro se aventurou neste gênero. Muitos críticos até afirmam que foi Scott quem inventou o romance histórico.

Walter Scott nasceu em 15 de agosto de 1771 e morreu em 21 de setembro de 1832. Como leitor, Scott adorava os romances dos escritores góticos da época que eram muito populares, como Anne Radcliffe, Matthew Lewis e Clara Reeves. Como escritor, ele se aventurou pelo universo da poesia, mas seus trabalhos poéticos não foram muito bem recebidos pela crítica. Então, Scott resolveu se dedicar a outro gênero, o romance. Porém, ele se propôs a quebrar as fórmulas dos romances góticos, que já estavam se tornando repetitivos e previsíveis no início do século XIX, e adicionou um novo elemento ao romance: uma preocupação com a plausibilidade histórica dos acontecimentos. Portanto, baseado em muitas pesquisas, Scott se dedicou a retratar os costumes e modos de viver de diversas épocas, mas, é claro, sem deixar de lado o sensacionalismo e dramaticidade de uma boa história. Daí surgiu a combinação perfeita, o romance histórico, que encanta leitores até os dias de hoje.

Ivanhoé foi publicado em 1820 e foi seu oitavo romance histórico. Porém, Ivanhoé continua sendo um dos seus romances mais conhecidos, juntamente com Guy Mannering (1815), Rob Roy (1817) e O Antiquário (1816). Este foi o primeiro romance de Scott que li, mas pretendo colocar outros dele na minha lista de leituras.

Ivanhoé leva o leitor de volta para a Inglaterra do século XII, quando Ricardo Coração de Leão era rei da Inglaterra. Ricardo, no entanto, estava longe do reino lutando na Terceira Cruzada, e seu irmão João aproveitava-se de sua ausência para fazer planos para tomar a coroa para si. O príncipe João organiza um torneio, no quais cavaleiros mostravam a sua bravura para as donzelas do reino. Neste torneio, quem sai vitorioso é um cavaleiro misterioso, que atende pelo nome de Cavaleiro Deserdado. Mesmo após a sua vitória, o cavaleiro não revela a sua identidade, o que causa enorme curiosidade no príncipe João e em toda a plateia que assistia o torneio.

Neste romance, há o conflito entre os remanescentes da família real saxã, antigos ocupantes do território inglês, e a nova nobreza normanda, que havia conquistado a Inglaterra em 1066. É curioso observar como os costumes e tradições de cada povo são retratados diferentemente. Além dos saxões e normandos, ainda há os judeus, que são tratados com preconceito pelos saxões e normandos, como expatriados e ligados às ciências ocultas.



Em Ivanhoé, também conhecemos mais dois personagens misteriosos: o Cavaleiro Negro e o arqueiro misterioso, cujas identidades o leitor só vem a saber no final do romance. A história se desenvolve de maneira lenta, são mais de 500 páginas! Porém, o leitor moderno deve se lembrar que o romance foi originalmente publicado no início do século XIX, quando livros eram geralmente publicados em partes (Ivanhoé foi inicialmente publicado em três volumes) e eram uma das poucas fontes de entretenimento para os letrados. Os leitores acompanhavam avidamente as publicações literárias e comentavam sobre os personagens nas ruas. Era como as novelas de hoje em dia! Portanto, naquela época, quanto maior o livro, melhor!


O clímax da história é a tomada do castelo de Front-de-Boeuf, um nobre normando, que mantinha prisioneiros os nobres saxões Cedric, Athelstane e a Lady Rowena, além dos judeus Isaac e a bela Rebecca. O Cavaleiro Negro e o arqueiro misterioso e sua trupe montam um plano para resgatá-los.


Ivanhoé é um prato cheio para aqueles que gostam de uma história medieval, cheia de conflitos entre cavaleiros, lutas pelo poder e pela atenção das donzelas. Eu tenho um interesse particular pelos reinados de Ricardo I e João, por isso a leitura foi ainda mais interessante, pois foi uma nova visão sobre o período desses monarcas.


Walter Scott foi realmente merecedor de todo o seu mérito como romancista histórico, pois o trabalho que ele teve para escrever tanto Ivanhoé como seus outros romances históricos foi gigantesco. Imaginem a pesquisa que Scott fez para descobrir e, assim, poder representar em palavras os costumes daquela época, caracterizar os personagens de maneira fidedigna e relatar os acontecimentos de maneira verossímil. Sem falar que cada romance histórico de Scott retrata uma época e local diferentes, e ele escreveu mais de vinte! Alguns no mesmo ano! Haja empenho, hein Sir Scott?


Para quem ainda não conhece o trabalho de Walter Scott, eu recomendo a leitura de Ivanhoé, que irá, certamente, encantar seus leitores! Assim que tiver concluído a leitura de mais trabalhos de Scott, eu escrevo as minhas impressões aqui.

Um ótimo domingo a todos e ótimas leituras!

Fernanda

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