Hoje é dia 21 de dezembro, segunda-feira... o início da melhor semana do ano! Eu simplesmente adoro esses dias que antecedem o Natal: passar dias descansando com a família, planejar a grande noite, providenciar aquelas comidas típicas deliciosas, reencontrar os amigos, escolher presentes para pessoas especiais e, claro, ler ótimas histórias durante as horas vagas!
Quem me acompanha sabe que o blog foi uma das razões pelas quais eu comecei a ler mais contos: histórias mais curtas, porém envolventes. Devido ao grande número de publicações por aqui, as leituras de romances apenas não davam conta para cobrir todos os posts, por isso recorri a essas narrativas com menos páginas. No entanto, agora estou simplesmente apaixonada por contos! Dessa forma, consigo conhecer uma gama maior de escritores e seus estilos literários, além de me deixar envolver com histórias fascinantes! Para conseguir trazer ao leitor personagens e tramas memoráveis em um conto, o escritor precisa de muito mais habilidade do que se tivesse todas as páginas de um romance para desenvolvê-los. Por isso, um grande salve aos ótimos contistas de nossa literatura mundial!
Henry James |
O conto de James que escolhi para comentar com vocês hoje faz parte da antologia Great American Short Stories, organizada por Paul Negri e publicada pela Dover Thrift Editions em 2002. Essas edições em paperback são super baratas, elas contêm clássicos da literatura mundial a um preço bastante acessível. Vale a pena adicionar esses volumes a suas estantes! O conto em questão se chama A Coisa Autêntica, ou The Real Thing no original. Esta história foi originalmente publicada em 1892 em jornais americanos e na publicação inglesa Black and White.
A Coisa Autêntica lida com o paralelo entre ilusão e realidade, e como a arte torna, muitas vezes, difícil a distinção entre o que é "autêntico" e o que é representação. O narrador é um ilustrador, que além de pintar retratos, também faz gravuras para a ilustração de romances. Para isso, ele contrata modelos que posam de diversas maneiras e com diversos figurinos, dependendo do objetivo, tema e público-alvo das ilustrações. Eis que um dia, um casal muito bem vestido aparece no ateliê do narrador e, meio sem jeito, pede por trabalho. Os dois haviam perdido toda a sua fortuna e, devido à sua boa aparência, decidiram que poderiam tentar um trabalho como modelos para ilustrações, já que não haviam sido aceitos em nenhum outro emprego e estavam desesperados. Sentindo pela situação do casal, o ilustrador os aceita para um teste, imaginando que os dois seriam perfeitos para as ilustrações dos personagens de um novo romance que está para ser editado, que representa a elite da sociedade inglesa. Eles seriam perfeitos para o papel pois eram "a coisa autêntica". Eles não precisariam representar, pois eles eram, de fato, da elite. Porém, o ilustrador logo descobre que, para a arte, a "coisa autêntica" nem sempre é a melhor representação da realidade.
O casal Monarch |
Este conto é facilmente encontrado na internet e pode ser uma boa introdução ao universo de Henry James. Para quem já está de férias e aproveitando o tempo livre, que tal ler um conto delicioso como este? Você fica tão preso a cada parágrafo que, de repente, a história já terminou! Porém, as reflexões permanecem ainda por muito tempo depois de terminada a leitura, e são estes os contos que valem a pena ser lidos, relidos e comentados!
Uma ótima semana de Natal a todos!
Ótimas leituras e descobertas literárias!
Fernanda
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