quinta-feira, 31 de março de 2016

"Wolf Hall", Hilary Mantel

Boa noite, queridos leitores!

Hoje escrevo à noite porque meus dias andam muito ocupados, principalmente agora durante o período de escrita da minha dissertação de mestrado.

No entanto, terminei a leitura de "Wolf Hall" esta semana e queria escrever sobre as minhas impressões sobre esta leitura o quanto antes, enquanto elas ainda estão frescas na minha memória.

Como muitos de vocês sabem, eu sou apaixonada por história e por romances históricos. E, desde que que terminei de assistir à maravilhosa série de televisão The Tudors, me apaixonei pelo período de reinado de Henrique VIII, suas turbulentas relações com suas seis mulheres e o momento de rompimento da Inglaterra com a Igreja Católica e conseguinte criação da Igreja Anglicana.

Uma colega minha do mestrado, sabendo desta minha paixão pelos Tudors, me emprestou o livro "Wolf Hall", escrito pela inglesa Hilary Mantel e vencedor do Man Booker Prize de 2009. O subtítulo da versão em português diz: "Um romance da era Tudor". Pronto, já me interessei.

Ao contrário da série The Tudors, o livro "Wolf Hall" acompanha outro personagem muito influente durante esta época: Thomas Cromwell, que, astuto e muito inteligente, passou de filho de ferreiro e advogado e, mais tarde, a um dos principais conselheiros do Rei Henrique VIII. É interessante ressaltar que tal ascensão social era praticamente impossível na Inglaterra do século XVI.

A escritora inglesa Hilary Mantel

Cromwell é um personagem muito interessante (tanto historicamente, como nesta ficção de Mantel). "Wolf Hall" nos é contado através de sua perspectiva. Por isso, no início, o leitor pode ser perder um pouco com a constante utilização do discurso indireto livre, que coloca as impressões do próprio Cromwell no meio de diálogos, descrições, etc. Mas, depois que o leitor se acostuma com o estilo de Mantel, a leitura flui muito bem.
Thomas Cromwell

"Wolf Hall" é o primeiro volume da trilogia de  Mantel sobre Cromwell. Neste volume, acompanhamos a ascensão do filho de ferreiro na corte de Henrique VIII, seu trabalho servindo o Cardeal Wolsey até a sua morte, o preconceito sentido por Cromwell por não ser descente de nobreza e as suas artimanhas para conquistar seu lugar ao lado do rei. Enfim, Cromwell consegue o que ninguém antes dele havia conseguido, nem mesmo Wolsey: o divórcio de Henrique VIII de Catarina de Aragão para que o rei pudesse se casar com Ana Bolena.

Henrique VIII
Neste primeiro volume da saga, acompanhamos o rompimento de Henrique VIII com a Igreja Católica por não apoiar o seu divórcio e novo casamento, o nascimento da princesa Elizabeth e a perda do segundo bebê de Ana Bolena. Ao final deste livro, acompanhamos Cromwell em julho de 1535 fazendo os preparativos para uma viagem do rei e sua corte. Eles irão visitar grande parte do país até o início de outubro. Justamente nos últimos parágrafos, Cromwell afirma que eles provavelmente farão uma parada em Wolf Hall para visitar a família Seymour. É aí que o primeiro volume termina e aguça a curiosidade do leitor, que já sabe que o rei provavelmente encontrará Jane Seymour durante esta visita, que viria, mais tarde, a se tornar a sua terceira esposa.


O segundo volume da trilogia Cromwell foi lançado na Inglaterra em 2012 sob o título Bring up the Bodies. traduzido para o português como O Livro negro, mas que ainda não chegou às livrarias brasileiras. O terceiro volume, The Mirror and the Light está em andamento.


Em janeiro de 2015, a BBC levou ao ar uma minissérie em seis capítulos baseada nos dois primeiros romances da trilogia Cromwell de Hilary Mantel, intitulada Wolf Hall, disponível no Netflix. Agora que terminei de ler o primeiro livro, já coloquei a série na minha fila (enorme, por sinal) da Netflix. Pretendo assisti-la antes de iniciar a leitura do segundo volume da saga.


"Wolf Hall" foi uma grande surpresa para mim, pois, além de envolver o leitor, ainda oferece bastante informação sobre o período do fim do primeiro casamento de Henrique VIII e do início do seu segundo casamento. É verdade que quem não tem conhecimento algum da história pode ficar perdido com o vasto número de nomes de personagens e lugares. Portanto, para quem tiver interesse em ler "Wolf Hall", eu recomendo que assista antes a série The Tudors. Um irá complementar o outro e ambos oferecerão uma incrível jornada à Inglaterra do século XVI.

Uma ótima noite a todos, ótimas leituras e até a próxima!

Fernanda

Um comentário:

  1. O segundo livro já foi publicado/lançado aqui há algum tempo (2 ou 3 anos). No Brasil tem como título "O Livro de Henrique"

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