sábado, 28 de março de 2015

"Terra Sonâmbula", Mia Couto

Bom dia, gente! Bom sábado a todos!

Mia Couto
Hoje decidi escrever para vocês sobre Mia Couto, que, apesar do que muita gente pensa, não é uma mulher, e, sim, um homem! Mais especificamente, Mia Couto é o pseudônimo de António Emílio Leite Couto, um escritor e biólogo moçambicano que nasceu em Beira em 5 de julho de 1955 e hoje é considerado um dos maiores escritores africanos contemporâneos. Em 1999, recebeu o Prêmio Vergílio Ferreira, prêmio que contempla o conjunto da obra de escritores de língua portuguesa, e em 2013 foi homenageado com o Prêmio Camões, concedido pelos governos português e brasileiro.


Mia Couto representa na fala de seus personagens os dialetos da região de Moçambique, utilizando um vocabulário característico desta região africana.
Couto escreve poesia, contos e crônicas, mas é mais conhecido pelo seu trabalho com o gênero romance, dentre os quais se destacam Terra Sonâmbula (1992), O Último Voo do Flamingo (2000), Um Rio Chamado Tempo, uma Casa Chamada Terra (2002) e A Confissão da Leoa (2012).

Samora Machel, líder da Guerra de Independência de Moçambique


Terra Sonâmbula foi o romance de estréia de Mia Couto e um de seus mais aclamados trabalhos. Ele retrata o período pós-independência de Moçambique após a Luta Armada de Libertação Nacional entre a FRELIMO (Frente de Libertação de Moçambique) e as Forças Aéreas de Portugal. Este conflito durou dez anos, de 1964 a 1974, e Moçambique alcançou sua independência de Portugal em 25 de junho de 1975, após mais de 450 anos de dominação portuguesa.


No livro de Couto, conhecemos o velho Tuahir e o menino Mundinga em um cenário devastador pós-guerra. Eles se tornam companheiros de viagem à procura dos verdadeiros pais de Mundinga, passando por áreas destruídas pelo conflito armado, até que encontram um ônibus incendiado, ainda cheio de cadáveres carbonizados. Dentro deste ônibus, Mundinga encontra dentro de uma mala o diário de um menino chamado Kindzu, morto na guerra.

É aí que Mundinga começa a ler o diário de Kindzu, uma parte toda noite, e conta as histórias do menino guardadas neste diário ao velho Tuahir. É o poder da imaginação e da história que faz o velho e o menino esquecerem um pouco as dores da guerra. A trajetória de Mundinga e Tuahir é entrelaçada, então, com as histórias do diário de Kindzu.


Cartaz do filme de 2007
Mia Couto é o escritor moçambicano mais traduzido atualmente e Terra Sonâmbula foi considerado um dos dez melhores livros africanos do século XX. Ele também foi adaptado para o cinema em 2007 em uma co-produção portuguesa e moçambicana, mas ainda não tive a oportunidade de assisti-lo.

Com certeza vale a leitura, até mesmo para nos familiarizarmos com realidades diferentes da nossa e que nos parecem tão distantes, como a vida de um menino africano durante o pós-guerra moçambicano. Parece-nos uma cultura tão distinta da nossa, no entanto partilhamos da mesma língua, a língua portuguesa. É um dos motivos para nos aproximarmos mais da história desse país do outro lado do Oceano Atlântico.

Boas leituras, um ótimo sábado e boa viagem à Àfrica!

Fernanda


8 comentários:

  1. Já ouvi falar bastante do Mia em si, mas nunca soube quais eram suas obras.
    Vou procurar para conhecer =)
    Beijos!

    www.livrosdajess.com

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  2. Oi Fernanda
    Adorei o post. Terra Sonambula é meu livro preferido do Mia Couto!
    Tive o privilégio de assistir uma apresentação dele aqui em SP em 2013. Além de super talentoso, ele é muito educado e tímido!
    Bjks mil

    http://www.blogdaclauo.com/2013/08/o-melhor-da-semana-post-3.html

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  3. Ótima postagem, adoro conhecer novos autores, e realmente esse parece ser dos bons, gostei dos assuntos que ele trata, anotarei o nome dele certeza

    palavrasdelucidez.com.br

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  4. Mas porque um pseudônimo tão ambíguo assim gente?! ahhaha
    Muito bacana o autor ser fiel as suas raízes. Trazer isso para os livros é uma forma de mostrar para o mundo um pouquinho mais da terra dele. E que bacana sua obra ter virado filme! Essa ainda é uma das melhores formas de se atingir o grande público.

    Beijiinhos ;*
    Andressa - Blog Mais que Livros

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  5. Hey, tudo bem?
    Nossa Terra Sonâmbula parece ser um livro e tanto. Primeiro de tudo que é sempre bom ver um livro da língua portuguesa ser reconhecido, e infelizmente também não é algo tão comum. Mas o que é ainda melhor é que esse livro consiga colocar em evidência os conflitos que ocorreram em Moçambique e como isso é devastador para pessoas inocentes e pelo enredo que você apresentou ele consegue fazer isso muito bem.
    Beijos.
    Dois Dedos de Prosa

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  6. Olá, tudo bem?

    Já vi algumas pessoas escolherem um pseudônimo mais próximo do próprio nome, mas esse cara foi longe hein!? HAHAHAHA É sempre bom ver suas postagens, minha lista de autores desconhecidos que conheci aqui já está quase do meu tamanho HAHAHAHA Gosto dessa pegada mais cult do seu blog.

    Abraços,
    Matheus Braga
    Vida de Leitor - http://vidadeleitor.blogspot.com.br/

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  7. Hahuahauhauhau! Eu fui uma dessas que achei que Mia Couto era mulher. Não podia arranjar um apelido mais masculino? rs
    Tenho interesse em ler, mas não como um livro pra relaxar a mente. Mas não sei se eu me acostumaria ao vocabulário específico presente em Terra Sonâmbula.
    Beijinhos!
    Giulia - www.prazermechamolivro.com

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  8. Gente, como assim Mia couto é um homem :O Choquei agora, kkkkkkkk Isso que é saber escolher um pseudônimo, hahahahah
    Adorei o post, estou cada vez mais conhecendo autores maravilhosos e ficando interessada nesses clássicos que você indica!
    Beijos
    www.romanceseleituras.com

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