domingo, 17 de janeiro de 2016

"Como Ler a História do Mundo na Arte" - Parte 4 - Assíria e Judeia em Guerra

Boa tarde, queridos leitores!

Que tal continuar nossa jornada pela história do mundo através da arte? Na última publicação desta série, paramos em 1184 a.C., durante a Guerra de Troia. Hoje, viajamos 483 anos no tempo e aterrissamos em 701 a.C., mais especificamente no reino de Judá.
Mapa do antigo reino de Judá e proximidades

No século VIII a.C., o império assírio tinha grande influência sobre as regiões ao sul de suas possessões e mantinha frequentes conflitos com os babilônios, israelitas e judeus, cobrando destes outros reinos grandes tributos.

Senaqueribe, rei da Assíria
Em 701 a.C., o rei da Assíria, Senaqueribe, invadiu o reino de Judá e conquistou 46 cidades e sitiou a cobiçada cidade de Jerusalém. Senaqueribe exigia do rei judeu Ezequias a rendição de Jerusalém, que não foi concedida. Para que o exército assírio deixasse o reino de Judá, foi preciso que Ezequias pagasse um enorme tributo a Senaqueribe, que, por fim, retirou-se para Nínive, capital da antiga Assíria.

O que se sabe é que Jerusalém não foi conquistada, mas o poder do império assírio sobre Judá permaneceu.

Senaqueribe tomou como prisioneiros 200.156 judeus, tanto homens como mulheres, jovens e velhos. Esta era uma das estratégias de guerra dos assírios, que deportaram esses prisioneiros para terras bem longe dali de modo a reiterar a conquista da terra.

Exílio dos judeus por militares assírios

Em seu palácio em Nínive, Senaqueribe mandou decorar todas as paredes com imagens de suas grandes conquistas militares. Em uma das inscrições ele declara:

"Como Ezequias, rei de Judá, não quis se submeter a mim... Eu conquistei quarenta e seis de suas cidades fortificadas".

Como teria sido a cidade histórica de Nínive

Ruínas da cidade de Nínive nos dias de hoje

Eis mais um grande momento da nossa história mundial que foi retrata na arte e, por isso, conseguiu permanecer viva até os dias de hoje.

Esta publicação é mais um fruto da leitura do delicioso livro How to Read World History in Art, organizado por Flavio Febbraro e Burkhard Schwetje. Eu não me canso de elogiar este livro, pois ele nos leva em uma jornada de mais de três mil anos de história através de produções artísticas, que são reflexo do contexto social, histórico e político de cada momento. Febbraro e Schwteje nos levam desde o Código de Hamurabi, em 1792 a.C., até o ataque terrorista às Torres Gêmeas em 2001. É uma viagem e tanto!

Quem perdeu as primeiras partes dessa jornada pode acessá-las aqui:

Parte 1
Parte 2
Parte 3

Espero que tenham gostado de mais essa etapa de nossa viagem pela história do mundo através da arte.

Um ótimo domingo a todos e ótimas leituras!

Fernanda

Um comentário:

  1. Parabéns! Muito bom seus posts nesta série. Foi bom chegar neste seu blog, pois considero a leitura de clássicos fundamental para nossa formação e percepção do mundo. No contexto da arte então, é enorme a contribuição que temos. Que viagem podemos realizar. Visitei recentemente uma exposição que é um passeio por Belo Horizonte, nas décadas de 1920 a 1940, em meio a produções modernistas de destaque pela cidade, Horizonte Moderno. De saída já buscava obras de Carlos Drummond de Andrade, Pedro Nava, Mário de Andrade além de outros artistas. Imagina só como é bom ler, conhecer, ver e explorar.

    Feliz 2016.

    Ricardo
    https://www.flickr.com/photos/ricardovilaca/

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