Hoje venho compartilhar com vocês uma das minhas leituras mais recentes. É um livro que já estava na minha estante há muito tempo, e fico muito feliz de o ter resgatado da pilha de livros esquecidos. Trata-se de O Vendedor de Histórias, de Jostein Gaarder (1952-). Você já deve ter ouvido falar desse escritor norueguês, pois foi ele o autor do livro grande campeão de vendas dos anos 1990, O Mundo de Sofia (1991). Também tenho O Mundo de Sofia em minha coleção, mas ainda não fiz a leitura. Agora que conheci o trabalho de Gaarder, fiquei curiosa para ler mais trabalhos dele.
O Vendedor de Histórias foi publicado pela primeira vez em 2001, quando Gaarder já se havia consolidado como escritor de sucesso. Ele é narrado em primeira pessoa por Petter, um garoto norueguês nascido em Oslo, e nós o acompanhamos durante toda a sua vida. Desde criança, ele tinha uma imaginação muito fértil. Sua imaginação era maior do que ele podia lidar. Por isso, ele sentia necessidade de colocar sua imaginação para fora, transformando-a em histórias. Sua mãe ficava surpresa com a tamanha criatividade do menino, que inventava narrativas complexas com uma facilidade incrível.
Jostein Gaarder |
O tempo se passou, as ideias de Petter se tornaram best-sellers e romances premiadas. Certamente, alguns de seus esboços não foram bem trabalhados depois de vendidos e acabaram não dando em nada. Petter se divertia em ver como suas histórias ganhavam asas próprias.
Capa da edição norueguesa |
Além disso, ele escreve sobre a profissão do escritor. Ele afirma que, primeiro, deve-se viver para depois escrever, e não o contrário, como muitas pessoas fazem hoje em dia. Ele escreve:
"É um equívoco pós-moderno achar que você pode escrever primeiro e viver depois. Mas muitos jovens querem se tornar escritores principalmente porque querem viver como escritores. Isso é pôr o carro na frente dos bois. É preciso viver primeiro, e depois decidir se tem algo a dizer. A vida é o fator determinante. Escrever é o fruto da vida. A vida não é o fruto de escrever" (página 121).
Não é interessante? E é a mais pura verdade! Ele também coloca que um grande escritor não precisa buscar o que escrever, ele escreve quando tem que escrever: "Um grande escritor não tenta encontrar alguma coisa sobre a qual escrever, ele simplesmente escreve quando tem de escrever" (página 122). Eu, como escritora, refleti muito sobre isso. Achei muito interessante. Não adianta buscar uma ideia a todo custo. Se for uma ideia boa, não se preocupe, ela virá até você!
Porém, conforme Petter vai ficando mais velho, sua teia de negócios e conexões (que expandiu até mesmo para outros países) vai ficando mais e mais fina, até arriscar quebrar! Em uma feira de livros em Bolonha ele se reencontra com o seu passado de uma maneira surpreendente e chocante. Não vou contar para vocês o que acontece, apenas digo que vale muito a pena a leitura!
Espero que tenham gostado dessa minha dica de leitura! É muito interessante ler autores fora do eixo dos países de língua inglesa. Se você se interessa por livros sobre livros, histórias dentro de histórias, mistérios e peças de quebra-cabeça que se encaixam perfeitamente no final, O Vendedor de Histórias é o livro para você!
Uma ótima semana a todos e, é claro, ótimas leituras!
Fernanda
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